10 de janeiro de 2014

Frozen - Uma aventura congelante (2013)

Desde que o pai da Pixar, John Lasseter, assumiu a DisneyToon Studios, parece que a casa do Mickey finalmente colocou o trem nos trilhos e tem, pelo menos, lançado um sucesso a cada final de ano sem a ajuda da Pixar ou de um filme da Marvel Studios. Neste meio tempo, foram lançados obras como, Enrolados, que retorna o sucesso das princesas no cinema e Detona Ralph, que fez um grande sucesso entre a garotada. Agora, em meio ao calor que nós, brasileiros, sentimos nesse momento, chega aos cinemas Frozen - Uma aventura congelante, que fortalece o retorno aos bons tempos que o estúdio fazia filmes baseados em contos de fadas. 

A co-diretora e roteirista Jennifer Lee, que comanda a produção ao lado do experiente Chris Buck (de Tarzan e Tá Dando Onda) fez uma adaptação livre do clássico conto “A Rainha da Neve”, do dinamarquês Hans Christian Anderson. Diferente de sua fonte de origem, a monarca aqui é uma vitima das circunstâncias e não uma vilã. A princesa Elsa, após sem querer ferir sua irmã mais nova, Anna, com seus poderes sobre o frio e o gelo, se torna uma criança fechada do mundo. Ao chegar o momento de assumir o trono, ela sem querer faz desabar uma nevasca em pleno verão, fugindo então desesperada.

Ao deixar o reino sob os cuidados do seu noivo (com quem noivou no primeiro dia que o conheceu), o príncipe Hans, Anna vai em busca de sua irmã, com a intenção de salvar sua família e seu reino, tendo como companhia um aventureiro vendedor de gelo Kristoff, a rena Sven e o boneco de neve encantado e engraçado Olaf, encontrando no caminho perigosos seres como lobos e gigantes de gelo.
No final das contas Frozen é uma aventura sobre descobertas de si mesmo e aceitar da maneira como a pessoa é. Elsa sempre se fechou, fugindo de quem ela era e com medo de machucar aqueles que ela amava. Anna, por sua vez, sempre teve o desejo de ser uma grande aventureira, sair pelo mundo, encontrar um amor verdadeiro, mas sempre tentando resgatar sua irmã do mundo em que ela se fechou. Embora os personagens Kristoff e Hans sejam essenciais para a trama, os arcos dramáticos das irmãs são os verdadeiros momentos chaves e dramáticos do filme. 

Claro que, por ser baseado em um conto de fadas, o estúdio traz de volta algumas fórmulas que fizeram sucesso no passado, embora desconhecidas para essa nova geração, acaba ainda funcionando. Mas é aí que, quando eles usam aquela velha história da princesinha se apaixonar por um príncipe no primeiro dia que ela conhece, eis que o próprio estúdio, que tanto venerou isso no passado, tira o maior sarro, rendendo um momento engraçado e outro inesperado, gerando então uma dança nas cadeiras, que embora forçada, também valeu como uma boa tentativa de se inovar. No entanto, isso tudo se torna irrelevante quando a trama foca em Elsa, talvez a personagem mais bem desenvolvida e trágica do longa. 

O coração do filme bate mesmo é na relação complicada entre as duas irmãs que, embora se amem, a maldição do gelo de Elsa faz com que se separem. Se muitos pensam que o mascote mágico Olaf serve apenas como alivio cômico (e certeiro) nos momentos em que surge, saibam que ele é essencial para formar um elo entre o passado e o presente das duas e fazer com que ambas fiquem juntas novamente. 
Visualmente o filme é de um esplendor magnífico, sendo que o castelo de gelo de Elsa é de uma magnificência estupenda e muito bem desenhada. Com relação ao visual dos personagens, são todos assim redondinhos, que remete a outro grande sucesso do estúdio Enrolados e não me admira que as duas princesas se tornem bonecas para serem vendidas nas lojas. Embora o 3D seja dispensável em alguns momentos, ele torna incrível a profundidade nos cenários, principalmente nos momentos que focam o reino das duas princesas.

Tecnicamente a maior peça chave de sucesso do filme, são os números musicais. Claro que muitos torcem o nariz quando eles surgem na história, mas se eles forem usados para fluir melhor a história, então é mais do que válido, principalmente se são muito bem feitos. A seqüência em que Elsa se sente à vontade para usar os seus poderes como bem entender é, talvez, o melhor momento musical do filme, que dificilmente o público não irá se identificar com ela. 

Embora com um final amarradinho e bem previsível, Frozen – Uma Aventura Congelante é uma ótima pedida para todas as idades. Embora ajam doses de lição de moral bem acavales também há certas nuances adultas e que poderá agradar até mesmo o público mais velho e exigente. Disney aprendendo muito bem a usar as fórmulas de sucesso que a Pixar tão perfeitamente criou.


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