28 de novembro de 2013

SOBRENATURAL CAPÍTULOS 1 e 2

SOBRENATURAL (Insidious, 2010)

O diretor James Wan (Jogos Mortais, Invocação do Mal) e o produtor Oren Peli (diretor de Atividade Paranormal), provaram serem os homens certos do cinema de horror atual. Com pouco dinheiro e sem abusar do sangue na tela, criam filmes de horror caprichados que fazem o cinéfilo pular da cadeira facilmente. Este Sobrenatural, conta a história de uma família que tenta melhorar sua rotina, abalada após um dos filhos do professor Josh (Patrick Wilson) e da pianista Renai Lambert (Rose Byrne) entrar em um tipo de coma profundo, vítima de um acidente caseiro. Espíritos passam a assombrar a casa, perseguindo-os mesmo após a mudança de residência, tentando se apossar da mente enfraquecida do garoto.

Embora seja produzido por Peli, e possuir um tema semelhante, não espere um novo Atividade Paranormal. Este longa-metragem é narrado de modo tradicional, que lembra os últimos filmes de horror produzidos no final da década de 90, mas sem apelar para os excessos de violência e sangue, e sim em algo sugestivo e bem certeiro. Assim como Invocação do Mal, esta produção remete aos filmes de horror que eram apresentados ao público antigamente: mansão mal assombrada, ruídos ao fundo, algo escondido nas sombras, portas e paredes rangendo e etc. Tudo isso, para criar um clima de apreensão e expectativa de que o pior surja na tela. 

Embora tenha se consagrado em um filme mais violento, como Jogos Mortais, Wan soube comprar a ideia de Peli. Ao ver o filme, acredito que foi um trabalho de equipe, não de um homem só, fazendo com que a obra jamais passe o ar de pretensão de nenhum deles e se preocupando mais com a reação do público. Patrick Wilson (Watchmen) e Rose Byrne (X-Men: Primeira Classe), estão bem como o casal desesperado perante o fato do filho estar em estado de coma e, ao mesmo tempo, com as coisas estranhas que vão acontecendo na casa. 

O ato final, onde é mostrado dois dos personagens principais no mundo dos espíritos, que mais parece uma realidade mais escura e ameaçadora do mundo onde eles vivem, rende inúmeros momentos que provocam verdadeiros arrepios ao espectador e uma forma, até bem original, de mostrar o outro lado desse mundo ainda desconhecidos para os mortais. Como é de costume, o final deixa um belo gancho para uma inevitável continuação. 


SOBRENATURAL: CAPÍTULO 2 (Insidious: Chapter 2, 2013)

A trama começa exatamente onde o filme anterior havia terminado, mas essa seqüência pode muito bem ser vista independente da primeira parte. Isso é possível graças ao fato dos produtores terem criado uma pequena sub trama, onde mostra o pequeno Josh Lambert, em 1985, tendo os mesmos problemas com o sobrenatural que teria o seu filho futuramente. Após, retornamos ao presente, com Josh Lambert já adulto (Patrick Wilson), mas agindo de uma forma estranha, após ter resgatado seu filho do mundo sobrenatural. Para piorar, ele se torna o principal suspeito de ter matado a médium Elise (Lin Shaye).

Embora relativamente independente do primeiro, os produtores também foram geniais ao saber explicar eventos pouco esclarecidos vistos no primeiro capítulo. Para isso, fizeram com que alguns protagonistas perambulassem no mundo pós-morte e fazerem com que eles revisitassem tanto o Lambert pequeno do inicio desse filme, como também aos eventos vistos do primeiro capítulo. Isso significa que os produtores não só criaram um engenhoso filme de horror, como também uma espécie de viagem no tempo, pouco visto dentro do gênero, o que, com certeza, muitos irão acabar se lembrando do segundo filme De Volta do Futuro como referência. 

Além disso, não faltam referências a outros filmes de horror e suspense, que vai de Silencio dos Inocentes e até mesmo Psicose. Se por um lado isso possa parecer uma verdadeira salada mista, por outro, prova que James Wan e Oren Peli são verdadeiros fãs do gênero e tentam ao máximo respeitá-lo. É claro que nem tudo é perfeito, pois o filme escorrega em alguns momentos cômicos desnecessários, principalmente protagonizados pela dupla de ajudantes da médium Elise, mas que não compromete muito.

O final em si, resolve todas as pontas soltas de ambos os filmes e faz com que trama dessa família termine por aqui. Contudo, os segundos finais da história acabam criando dois caminhos, onde a cine-série pode ir para uma nova trama independente dessa, ou inventando uma mirabolante revelação, para que a vida do casal protagonista e de seus filhos não fique sossegada por um bom tempo.

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