27 de abril de 2016

NISE: O CORAÇÃO DA LOUCURA

O filme Julio Sumiu foi apenas um passo em falso na carreira de Roberto Berliner, sendo que ele já havia criado bons trabalhos na área de documentários como A Pessoa É para o que Nasce, Herbert de Perto e A Farra do Circo. Ao dirigir Nise: O coração da loucura, ele trás um pouco do ar de documentário, através de uma câmera meio tremula na mão, para se criar uma sensação de maior veracidade sobre a saga da Dra. Nise da Silveira, psiquiatra que teve a ousadia e coragem para tratar os pacientes (clientes na visão pessoal dela) que viviam jogados num hospício na década de 40 e resolve então tratá-los de uma forma digna. Embora seja um drama não espere por algo piegas, pois embora melodramático, o filme é cheio de inúmeros momentos, dos quais a pessoa não desprende em nenhum momento da cadeira e fica até mesmo corroendo as unhas de aflição sobre o que pode acontecer a seguir.
Roberto Berliner demonstra total sensibilidade ao dirigir os atores, principalmente para eles se sentirem a vontade e nos apresentar gradualmente cada um desses personagens que, na maioria deles, eram desconhecidos para o público em geral. O filme é uma bela oportunidade de conhecer Nise da Silveira (1905 – 1999) mulher a frente do seu tempo e que não se intimidou com o machismo ou com a medicina atrasada da época. Demonstrando ser tolerante, mas ao mesmo tempo criativa com os seus clientes, ela teve a proeza de encaminhar as pinturas deles, que foram criadas durante as sessões de terapia, em museus para que as pessoas apreciassem as obras.
Devido a sua forma incomum de cuidar dessas pessoas, ela chegou a trocar cartas com Carl Jung, numa época em que o eletrochoques e outros métodos, dos quais são proibidos atualmente, eram considerados erroneamente como técnicas revolucionarias para as doentes mentais.
Um trabalho como esse ser transportado para as telas não é dos mais fáceis, principalmente pelo fato que requer verossimilhança, ao passar uma realidade dura e crua, mas ao mesmo tempo com uma chama de esperança no final do túnel. Tendo se entregado ao papel literalmente, Gloria Pires nos brinda com o melhor papel cinematográfico dela dos últimos tempos, sendo algo que não se via desde quando ela atuou em É Proibido Fumar. Em cena, Gloria transmite toda a virtude, boa vontade e coragem que a verdadeira Nise tinha e por alguns momentos se esquecemos que estamos assistindo, não uma atriz, mas sim a personagem histórica.
Como eu disse acima, o filme faz com que a gente fique com tensão em alguns momentos. Em um desses momentos, por exemplo, a Dra. Nise se apresenta aos seus clientes e pede para que eles se sentem para começar a conversa. É nesse momento em que a câmera rodopia e faz com que pareça que o local saiu do controle, mas que gradualmente as coisas vão sendo controladas, graças à paciência da médica.
A direção de arte da obra é algo que também merece atenção, mesmo sendo ela discreta em alguns momentos. De um ambiente desolador e opressivo, o lugar vai ganhando cores cada vez mais quentes, isso graças aos raios de sol, que gradualmente vão invadindo o cenário e dando mais vida para aquele lugar antes semi morto. Isso causa mudanças, até mesmo para um dos enfermeiros, que de intolerante, passa agir de uma forma mais meiga com os clientes.Curiosamente, quando o filme foi exibido no Festival do Rio no ano passado, Nise: O Coração da Loucura teve em sua platéia ex-pacientes da verdadeira Nise, que se emocionaram com suas representações na tela. O filme acabou sendo aplaudido e obtendo o  prêmio do público do festival. A trama de Nise também nos permite fazer uma reflexão sobre os tipos de tratamento que os pacientes eram submetidos naquele tempo e fazendo uma comparação com os tratamentos de hoje.
Embora tenhamos evoluído com relação aos avanços da medicina, é triste constatar que hoje em dia essas pessoas que sofrem com problemas mentais ainda sofram com preconceito, sendo que, o melhor remédio, seja prestar atenção neles e ouvi-los o que eles têm a dizer. Em tempos de crise política, onde a intolerância e a falta de informação sobre diversos assuntos se encontram em pauta, Nise: O Coração da Loucura faz com que o cinéfilo saia do cinema com a fé renovada e com esperança de um futuro melhor.  
 

20 de abril de 2016

MOGLI: O MENINO LOBO



A vantagem de eu não ter ainda assistido ainda a animação clássica da Disney Mogli: O Menino Lobo é do fato de eu não perder tempo fazendo comparações com essa nova versão e aproveitar 100% a sessão. Após Malévola e Cinderela, os estúdios Disney parecem dispostos em levar todos os seus clássicos para o cinema com uma nova roupagem, mas mantendo a essência do original. A vantagem dessas novas versões dá de encontro com os mais avançados efeitos visuais atuais, e com isso, Mogli: O Menino Lobo sai na frente em termos de som e imagem e nos proporcionando um verdadeiro show.
Talvez, os efeitos visuais vistos nesse novo filme são o mais novo passo após Avatar, pois os personagens animais são super realistas, ao ponto de crermos realmente que o menino Mogli (Neel Sethi) está realmente contracenando com animais falantes. Isso se fortalece pelo fato dos animadores não terem criado os animais de uma forma semelhante como visto na animação clássica, mas sim que eles se parecessem com animais do mundo real. Não há separação entre animação e cenas reais, elas se fundem de uma maneira jamais vista.
Além disso, é preciso tirar o chapéu com relação ao movimento do protagonista pelos galhos da floresta. Se em 1999 a Disney havia feito Tarzan em animação, já que para eles na época era a única forma do personagem ser fiel a visão do escritor de como ele se movimentava nas arvores, aqui temos a sensação de que realmente o pequeno herói esta se movimentando lá em cima e fazendo a gente crer que finalmente haverá um Tarzan em carne e osso futuramente. Quem sabe ainda esse ano.
Mas nem tudo claro são flores. Se por um lado o filme nos brinda com um passo a frente em termos de efeitos visuais, por outro lado tropeça um pouco ao inserir velhas formulas que aqui não funcionam muito bem. Como o filme clássico era um musical, os produtores inseriram alguns musicais durante a trama, mas em vez de empolgar, dá a sensação involuntária, como se aquilo tivesse sido inserido em última hora. É uma forma de se manter fiel a fonte original, mas não significa que tudo funcionaria com perfeição.
Quanto à trama em si ela é sobre a cruzada do herói, sobre o descobrimento de si mesmo. Claro que é algo que nós já vimos em inúmeros filmes de aventura do gênero, mas Jon Favreau (Homem De Ferro) tem o talento de driblar essa previsibilidade e tornar o conto visto na tela como se ele  fosse genuíno e nunca repetitivo. Aliás, não posso deixar de destacar o fato do 3D ser indispensável ao assistir a esse filme, pois fazia tempo que não via uma selva tão viva e cheia de detalhes, como se cada folha de arvore, ou movimento dos lobos e dos demais animais, saísse da tela de uma forma impressionante.
Mogli: O Menino Lobo é um programa certeiro para toda a família, que irá se impressionar com os cenários, com personagens falantes carismáticos, e que nos faz desejar mais por uma possível nova aventura no coração da floresta. 

DICA DE CINEMA: NO MUNDO DA LUA

NO MUNDO DA LUA
21 DE ABRIL NOS CINEMAS
Classificação: Livre
SOBRE O FILME
Gênero: Animação, Aventura
Direção: Enrique Gato
Elenco: Dani Rovira, Michelle Jenner, Carme Calvell
Sinopse: Richard Carson, um milionário ganancioso, quer colonizar a Lua. Ele pretende apagar todos os vestígios os feitos dos astronautas da Apollo XI para poder explorar o hélio-3, a energia limpa do futuro, em benefício próprio. Mas Mike Goldwing, um corajoso surfista de 12 anos, quer impedir esse plano maléfico, viajando até a Lua, com seus amigos, para pegar a bandeira que está lá há anos.


DICA DE CINEMA: EM NOME DA LEI

EM NOME DA LEI
21 DE ABRIL NOS CINEMAS
Classificação: 14 anos
Cia: Fox Film
Gênero: Ação
Diretor: Sergio Rezende
Elenco: Mateus Solano, Chico Diaz, Paolla Oliveira, Eduardo Galvão e Emílio Dantas
Sinopse: Coragem e determinação permeiam a jornada do idealista Vitor, um jovem juiz federal que decide desmantelar a máfia que impera há anos na fronteira do Brasil com o Paraguai. Numa missão heroica e sem precedentes, ele não mede esforços para acabar com o sólido esquema de contrabando e tráfico de drogas chefiado por Gomez. Para isso, conta com a ajuda da procuradora Alice e do policial federal Elton. Inspirado em eventos reais.

19 de abril de 2016

DICA DE CINEMA: O CAÇADOR E A RAINHA DE GELO

O CAÇADOR E A RAINHA DE GELO
21 DE ABRIL NOS CINEMAS
Não recomendado para menores de doze (12) anos.


SOBRE O FILME
Gênero: Épico de ação e aventura
Direção de: Cedric Nicolas-Troyan
Elenco: Charlize Theron, Chris Hemsworth, Jessica Chastain e Emily Blunt.
Sobre: Sequência do sucesso “Branca de Neve e o Caçador”, o longa se passa antes e depois de “A Branca de Neve e o Caçador”, quando a Rainha Ravenna (Charlize Theron) recruta o Eric para matar sua enteada, Branca de Neve. Em “O Caçador e a Rainha do Gelo”, Hemsworth e Jessica Chastain, que interpreta a guerreira, travam uma nova batalha com a Rainha e sua irmã Freya, a Rainha do Gelo (Emily Blunt) – que por décadas viveu sozinha em um remoto palácio, criando seu próprio grupo de caçadores mortais.


14 de abril de 2016

Rua Cloverfield, 10

Cloverfield: O Monstro, produzido por J.J. Abrams em 2008 pegou todo mundo desprevenido graças a sua originalidade. Embora o gênero found footage tenha começado pra valer com A Bruxa de Blair, e filmes de monstros já não era nenhuma novidade, Cloverfiled foi inovador em unir os dois gêneros, num filme de pouco mais de uma hora e fazer nos prender na poltrona com tamanho realismo e suspense de primeira. Passaram-se os anos e não se sabia de nenhuma possibilidade de uma sequência da obra, mas eis que o mundo foi pego desprevenido no início desse ano com o trailer Rua Cloverfield, 10 que, embora não aparenta ser uma continuação daquela trama, o universo criado por J.J Abrams continua intacto por aqui.
Com isso, os fãs do original talvez fiquem um tanto desapontados por não ser exatamente uma sequência, mas por outro lado a pessoa de primeira viagem tem a liberdade em não ter que correr atrás do filme original, pois esse aqui possui começo, meio e fim bem amarrados. Não há câmeras em movimento, mas sim uma trama tradicional, comandada agora pelo estreante Dan Trachtenberg e ao invés de corrida desenfreada, e um monstro a solta, a trama se passa num pequeno cenário e gerando total sensação de claustrofobia.
Assim como todos os bons filmes de Alfred Hitchcock que eram antigamente, o próprio movimento da câmera nos conta a história, ao nos apresentar de forma gradual a protagonista Michelle (Mary Elizabeth Winstead) que, após uma crise na relação, decide ir embora da cidade. Pelo percurso sofre um grave acidente e acorda somente várias horas depois numa sala vazia abaixo do subsolo. Surge então um homem misterioso chamado Howard (John Goodman), que diz ter salvado ela do acidente e também do fim do mundo que está acontecendo lá em cima, pois segundo ele, existe a possibilidade de ter acontecido uma guerra atômica ou invasão alienígena na terra.
Após a apresentação do terceiro e último personagem da trama (John Gallagher Jr), que se encontra também nesse cenário, se tem início um jogo de gato e rato, do qual se nasce um verdadeiro suspense psicológico caprichado e que nos faz roer as unhas. Assim como a protagonista, num primeiro momento ficamos em duvida com relação à sanidade Howard, pois suas ações e reações perante o que diz soam surreais. Porém, surgem momentos determinantes na trama que dá entender que ele não está longe da razão, mas ao mesmo tempo há algo de podre no ar com relação a certas meias verdades que ele diz no decorrer do percurso.
Sempre lembrada pelo cult Scott Pilgrim Contra o Mundo, Mary Elizabeth Winstead se sai muito bem como protagonista, pois embora aparenta certa fragilidade num primeiro momento a sua personagem, ela demonstra empenho e força no decorrer da trama, ao tentar descobrir a real verdade daquilo tudo e achar uma forma de escapar. O veterano John Goodman se sobressai com o seu Howard, pois ele transmite uma instabilidade em momentos certeiros da trama e fazendo a gente temer quando ele explodir ou quando realmente mostrar quem ele é. John Gallagher Jr tem uma participação meio que dispensável, mas ao mesmo tempo tem uma participação crucial no final do segundo ato.
Embora seja uma produção de J.J. Abrams se percebe que ele deu total liberdade criativa para que o cineasta Dan Trachtenberg conduzisse a trama da sua maneira. Percebe-se uma total paixão pelo uso da câmera, pois quando ele foca ou move ela em determinadas situações, elas jamais soam gratuitas, mas sim numa forma para que brinque com a nossa perspectiva. Porém, o terceiro ato final é puramente J.J. Abrams, pois ele remete para aquele universo construído do primeiro filme, além de nos fazer lembrar outros filmes do gênero como Guerra dos Mundos, Sinais e porque não dizer a sua maior criação Lost.
Embora com um final que quase se entrega a um lugar comum do gênero, Rua Cloverfield, 10  é uma agradável surpresa, ao ter a proeza de unir os fãs do gênero de ficção, com aqueles que curtem um filme de suspense claustrofóbico e bem  caprichado. 

12 de abril de 2016

DICA DE CINEMA: AVE, CESAR!

AVE, CÉSAR!
14 DE ABRIL NOS CINEMAS
Não recomendado para menores de doze (12) anos.
SOBRE O FILME
Data de estreia: 14/04/2016
Sinopse: Premiados com quatro prêmios Oscar, Joel e Ethan Coen (Onde os Fracos não têm vez, Fargo e Bravura Indômita) escrevem e dirigem AVE, CÉSAR!, uma comédia situada durante os últimos anos da era de ouro de Hollywood. Com Josh Brolin, George Clooney, Ralph Fiennes, Tilda Swinton, Channing Tatum, Scarlett Johansson, Jonah Hill e Frances McDormand, AVE, CÉSAR! segue um único dia de vida de um assistente de estúdio que se vê cheio de problemas para corrigir.
A comédia é produzida pelos irmãos Coen, pela Mike Zoss Productions em parceria com Eric Fellner e Tim Bevan, da Working Title.



6 de abril de 2016

DICA DE CINEMA: RUA CLOVERFIELD, 10

RUA CLOVERFIELD, 10
07 DE ABRIL NOS CINEMAS
Verifique classificação indicativa.

SOBRE O FILME
Direção: Dan Trachtenberg
Produção: J.J. Abrams
Elenco: Mary Elizabeth Winstead, John Goodman, John Gallagher Jr., Maya Erskine
Sinopse: Após um grave acidente de carro, uma jovem acorda presa em uma espécie de porão subterrâneo. Enquanto ela tenta descobrir como foi parar no local, um homem explica que salvou a sua vida, e que pretende mantê-la lá dentro porque um desastre químico impossibilitou qualquer forma de vida fora do porão. Não sabendo se pode confiar no estranho, ela teme ser vítima de um sequestro, e pensa como se libertar o quanto antes.


5 de abril de 2016

Para a Minha Amada Morta

O cineasta Aly Muritiba já demonstrava bastante talento através dos seus curtas metragens como A Fábrica e o inquietante Tarântula. Em sua primeira experiência em longa metragem, Para Minha Amada Morta, traz os mesmos apuros estéticos, visual cru, com a segurança precisa das quais ele filma, sejam nos momentos do qual foca ao máximo as expressões dos personagens, como também os detalhes dos cenários em volta.
Isso se casa muito bem com inquietante trama, do qual muitos irão se identificar e conquistar, não somente a crítica especializada, como também o público e os festivais pelo Brasil e pelo mundo a fora que o filme já vem colecionando. Com uma história bem intimidadora, porém fácil do cinéfilo identificar através de outros gêneros, a trama enlaça elementos de mais puro drama com suspense, dando tempo para quem assiste conhecer e se aprofundar sobre cada personagem que, para o bem ou para o mau, são tão humanos quanto qualquer um. Sendo assim, a trama poderia ser inspirada em qualquer caso real, ou até mesmo bem próximo de você.
A trama se tem início com o fotógrafo (Fernando Alves Pinto, espetacular) que trabalha para a polícia e que está de luto junto com o filho pelo falecimento de sua esposa. Curiosamente, em nenhum momento sabemos quais foram os reais motivos de sua morte e fazendo com que a gente tire inúmeras interpretações sobre o que realmente aconteceu com ela, assim como também não sabermos ao certo como estava à relação do casal nos últimos anos. Em contrapartida, mas somente em parte, sabemos o que ela fazia nas últimas semanas em vida: através de fitas cassetes que o protagonista encontra se descobre que ela tinha um amante e gravava todos os seus momentos íntimos.
De uma hora pra outra, ele se coloca numa investigação furiosa, da qual ele se distancia, tanto do seu trabalho, como também do seu próprio filho. Isso resulta na mudança dele perto de uma família religiosa humilde e conservadora, da qual ele começa a se aproximar compulsivamente. Essa aproximação é inquietante desde o início, pois talvez o protagonista veja neles o desejo em adquirir a família perfeita da qual lhe foi arrancada, ou que mal teve tempo de realmente construí-la. É claro que a todo o momento ficamos perguntando se ele enlouqueceu e nos  provocando uma angustia interior, pois ficamos sempre na expectativa sobre qual será o seu próximo passo na investida contra essa família.
Em meio a isso, o cineasta Aly Muritiba desenha para nós um clima de suspense, cujo seu cenário, a câmera jamais a ponta para nenhuma direção sem algum significado e não caindo em nenhum clichê do gênero policial por exemplo. Em vez disso, ele criou um drama policial caprichado, do qual não víamos desde o indispensável O Lobo atrás da Porta. Porém, Para Minha Amada Morta já no principio dispensa comparações, pois sua direção é refinada, casada muito bem com o roteiro e tento como trunfo uma bela fotografia criada por Pablo Baião.
Interessante é observar que, através das fitas da falecida esposa, há uma deliciosa referencia a linguagem cinematográfica. Cada VHS e cada imagem vista numa foto, desencadeia um lado obscuro até então desconhecido do protagonista. Fernando Alves Pinto (visto em filmes como Nosso Lar) nos brinda com a sua melhor interpretação da carreira, ao construir um personagem que não cai num lugar comum, mas sim faz com que desejemos cada vez mais e mais sabermos sobre qual será o seu próximo passo da trama, assim como também compreendermos a sua real pessoa.
A imagem de sua esposa perfeita pode ser vista em suas ações, desde como cuidar de suas roupas ou de seu próprio filho. Isso pode ser visto como uma crítica, ou fazer simplesmente cair mascaras da família tradicional brasileira, principalmente através da família religiosa, da qual ele se aproxima. Não existe um final ou solução fácil a ser entregue para nós de bandeja, pois a própria vida real não nos traz para nós, e por conta disso, o filme não é obrigado a fazê-lo e tão pouco nos reconfortar.
Para Minha Amada Morta não nos apresenta somente reflexo sobre as relações humanas contemporâneas, como também uma analise sobre até onde podemos ser tolerantes, tanto com o próximo, como também com nós mesmos. Desde já um dos grandes filmes nacionais do ano. 
 

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