26 de janeiro de 2012

Os Descendentes (The Descendants, 2011)

Estivemos na pré-estreia do filme, nesta quarta-feira, a convite do Clube do Assinante Zero Hora. Mais do que contar uma história dramática, Alexander Payne nos deixa como predicado uma lição de moral.

Quando a mulher de Matt King (George Clooney) sofre um acidente de barco e fica em coma, ele se vê na delicada situação de se envolver mais, tomar conta e educar suas duas filhas, Alexandra (Shailene Woodley) de 17 anos e Scottie (Amara Miller) de 10. O tempo que sua mulher fica no hospital é o prazo que ele tem para rever sua condição de 'pai' e, ainda, resolver negócios familiares muito antigos e que envolvem muito dinheiro. Matt se mostrará um homem honesto, conservador e dedicado, mas até que ponto? Ao descobrir que sua mulher o estava traindo, seu mundo vira de cabeça para baixo. Para resolver todo o seu drama, ele vai precisar de suas filhas e um amigo de Alexandra, Sid (Nick Krause), um rapaz, digamos, pitoresco.

Ambientado nas ilhas do Havaí, a fotografia do filme foi presente de Deus. O excesso de músicas havaianas na trilha sonora incomoda um pouco, mas nada que comprometa a exibição. Alexander Payne realmente fez um bom trabalho como roteirista e diretor, um dos melhores de sua carreira, porém, penso, não o suficiente para ganhar um Oscar.
Já disse uma vez e repito novamente: creio que são os bons atores que ainda salvam Hollywood. George Clooney é  uma prova disso, pois se o filme fosse com algum artista de menos gabarito, não teria a mesma projeção na mídia. Ele até pode ser um pouco canastrão, mas é uma figura conhecida e querida de todos. Sua atuação neste longa deixa clara a maturidade de sua carreira como ator após tantos títulos (são mais de 70 obras entre televisão e cinema). Eu já havia achado muito bom o trabalho dele em Tudo Pelo Poder, mas, nesta película, Clooney envolve o espectador, colocando-o no seu lugar, expondo à nudez os sentimentos do seu personagem: tristeza, solidão, compaixão, orgulho, raiva, alegria e amor. Como meu pai costuma dizer, um grande ator não precisa falar uma frase, ele transmite pelo olhar o que está sentindo. Clooney conseguiu isso. Bem, ele já levou o Globo de Ouro por este filme e é efetivamente o mais forte candidato ao Oscar. No entanto, para ser um bom ator, é necessário de bons coadjuvantes e, nesse sentido, se faz importante ressaltar o ótimo trabalho de Shailene Woodley e Amara Miller, duas meninas que já tem o brilho no olhar para serem grandes atrizes.

Um grande drama. Uma obra que mexe com os sentimentos do espectador. Alexander Payne e George Clooney conseguiram fazer cinema sem frescura.


Nenhum comentário:

Mais Lidos do blog