15 de novembro de 2017

LIGA DA JUSTIÇA (Crítica)

Filme reúne heróis clássicos dos quadrinhos da DC como embrião da Liga da Justiça.
É difícil para mim, com 32 anos de idade, assistir ao longa-metragem da Liga da Justiça, sem fazer associações com todas as influências que eu já tive sobre os heróis da Detective Comics (DC). Desde minha infância, foram histórias em quadrinhos, desenhos animados e filmes do Superman, Batman, Mulher-Maravilha, Flash, Aquaman, Lanterna-Verde e da própria Liga da Justiça dos Super-Amigos.

A história está contextualizada no novo universo cinematográfico da DC, que iniciou com Homem de Aço (de 2013), cujos eventos culminaram em Batman VS Superman: A Origem da Justiça (de 2016). Vale lembrar também que está contido neste universo o (péssimo) Esquadrão Suicida (2016). Com tantos problemas de produção, a direção ficou a cargo de Zack Snyder (300, Watchmen) que traz suas características fortes de estética também neste filme. No elenco principal estão Gal Gadot (Mulher-Maravilha), Jason Momoa (Aquaman), Ben Affleck (Batman), Ezra Miller (Flash), Ray Fisher (Cborgue) e Henry Cavill (Superman). O filme conta ainda com participações importantes de estrelas como Amy Adams (Lois Lane), Diane Lane (Martha Kent), Joe Morton (Dr. Silas), J.K. Simmons (Comissário Gordon), Jeremy Irons (Alfred), Ciarán Hinds (Steppen Wolf), entre outros.
Na trama, após a morte de Superman contra o Apocalipse, uma outra força alienígena desperta e percebe que, com a humanidade sem esperança, é a hora de tomar a Terra. O vilão desta vez é o Lobo da Estepe, que busca juntar 3 "caixas-mãe, que lhe darão o poder necessário para destruir a Terra. Para isso, ele junta um exército de "insetos-voadores-humanoides" (os mesmos do "hype" do Batman no filme anterior) que se alimentam de medo (nerds irão reparar que há sempre elementos amarelos junto deles, a energia do Medo, mas ainda sem referência direta à energia da esperança dos Lanterna-Verdes). Para salvar a Terra, Batman busca ajuda da Mulher-Maravilha e tenta encontrar outros "meta-humanos): Arthur Cury, o Aquaman, cujo poder emana do continente perdido de Atlantis e tem poder sobre as águas (ou ele fala com os peixes?); Barry Allen, o Flash, que tem a velocidade de um relâmpago e Victor Stone, Ciborgue, um jovem ressuscitado pela intervenção do próprio pai cientista, que utiliza dos poderes de uma das caixas-mãe ranformando-o numa máquina que pode se conectar a toda as redes, aparelhos eletrônicos e tem conhecimento de linguagem alienígena.

Mas o Superman não tinha morrido? Como é que ele aparece nos créditos? Bem, quem é novo nisso deve entender que Super-Heróis da DC (quase) nunca ficam mortos para sempre. Impossível fugir do spoiler aqui, mas resumidamente, Batman encontra um jeito de ressuscitar seu super-amigo para juntos lutarem pela Terra novamente.

Aqui faço minha primeira crítica ao filme. O método para trazer o Superman de volta à vida foi, tecnicamente muito simples... Não há falhas no roteiro, tudo fica bem explicado, mas é pobre na dramaticidade. Particularmente, ao ver fotos de Henry Cavill de barba nos sets de filmagem, eu esperava que tivesse algum tipo de exílio dele, para que voltasse mais forte, mas não... ele passa por certa perturbação, mas ao ver Lois Lane, o amor de sua vida, rapidamente volta a ser o bom e velho Clark Kent.

Além disso, outra situação que me incomodou um bocado sobre Henry Cavill foi o efeito visual para tirar o seu bigode digitalmente. Durante as gravações de Liga da Justiça, Cavill mantinha um contrato que o impedia de raspar o bigode para Missão: Impossível 6. Assim, o jeito foi "raspar" digitalmente, o que não ficou bom... estava claro que algo estava "errado" na cara dele.
Fora isso, o filme funciona bem, com humor na dose certa, sem forçar a barra. A exemplo da Marvel, optaram por deixar os ganchos das sequências nas cenas finais (deve vir aí algo do tipo Liga da Injustiça).

Sobre os demais personagens, são tão significativos na cultura pop, que é quase impossível alguém mesmo fazer algo novo sem associar as clássicas produções de desenho e série dos anos 60, 70 e filmes nos anos 80. Os próprios roteiristas bebem nessa fonte certamente ao criar referências para as piadas no filme, como quando Batman faz referências a 'pinguins amarrados com bombas' como uma "era mais simples". O destaque do humor fica no Flash, usado como um jovem adulto, ainda meio adolescente, como a Marvel sabiamente sou fazer com Spiderman. Batman é o Líder deste grupo, mas sabe que somente Superman pode trazer esperança novamente à humanidade. Mulher-Maravilha é a força incansável, ainda com medo de assumir seus poderes e liderar junto por traumas do passado. Aquaman interpretado por Momoa dá um ar diferenciado daquele patético herói que ninguém queria ser na infância; agora ele é forte, destemido, e um anti-herói, que prefere viver sozinho (é quem tem menor participação na trama). Quem ganhou bastante importância foi Ciborgue, pela suas capacidades técnicas, muito mais do que por sua personalidade de jovem adulto, tentando descobrir seu papel neste novo mundo.

A trilha sonora leva a assinatura de Danny Elfman, mas traz elementos da trilhas que Hans Zimmer criou para os filmes anteriores. Ela funciona muito bem e, para mim, ficou muito clara a utilização sutil de elementos dos icônicos temas do Superman clássico de 1978, de John Williams e do Batman de 1989, do próprio Elfman. Ambas foram usadas como leitmotiv, nas entradas de Superman e Bataman, respctivamente, na principal cena de ação. É mais um elemento na tentativa quase certeira de Zack Snyder dar um tom de "épico" ao filme, como vem sendo trabalhado nos filmes anteriores.

Em suma, o filme é bom, tem ritmo, não é cansativo e tem boa dose de humor. Além disso, abre um leque para novas possibilidades dentro do universo DC. Podemos aguardar certamente novos filmes solos de cada herói e vilão que aparece no filme, bem como uma retomada de outros heróis clássicos como Lanterna-Verde e, quem sabe, Gavião-Negro, Mulher-Gavião, Arqueiro-Verde, Capitão Marvel, Caçador de Marte, entre outros.

Vejam o trailer abaixo.

Nenhum comentário:

Mais Lidos do blog