22 de janeiro de 2014

EU, ANNA (I, Anna, 2012)

Baseado no best seller internacional de Elsa Lewin, Eu, Anna é o primeiro longa-metragem do diretor britânico Barnaby Southcombe. Em menos de uma hora e meia, nos joga em um filme de suspense elegante em que nem tudo que nos é apresentado é 100% explicado de imediato. Na verdade, a grande alma do filme fica na própria protagonista, interpretada de uma maneira assombrosa pela atriz britânica Charlotte Rampling (de Melancolia). Durante todo o filme, ficamos ao lado de Anna, que sofre com o divórcio recente, mas ao mesmo tempo busca um novo parceiro numas festas de solteiros.

Em uma dessas festas, acaba conhecendo o inspetor chefe Bernie Reid (Gabriel Byrne) que, ao mesmo tempo que sofre com um possível divórcio, também está investigando um assassinato que aconteceu na cidade. De alguma forma, Anna está envolvida nesse crime, mas até aonde ela é culpada? O diretor destrincha as respostas em flashback, que mostra tanto a noite do crime, aos poucos, como também mostra a queda psicológica de Anna e os motivos que a levaram até ali.

Aos poucos, percebemos que a protagonista não está bem, sendo que ela se mostra realmente sã no momento em que dialoga com a sua filha Emmy (Hayley Atwell) que (aparentemente) mora com ela e com a sua neta recém nascida. Através dessa relação é que se tiremos certas pistas sobre o que se passa realmente com Anna e o que aconteceu com ela. As respostas que vem não são fáceis, principalmente porque se cria um sentimento confuso no espectador que assiste com relação à Anna; não sabemos se sentimos pena ou ficamos bravos com ela devido as suas ações. 
Embora estreando na direção, Barnaby Southcombe surpreende ao criar uma trama que prende a atenção do cinéfilo do começo ao fim e faz um belo casamento com a sua forma de filmar ao lado de uma trilha sonora de suspense bastante bela. Todos esses ingredientes culminam num final surpreendente, triste e, ao mesmo tempo, corajoso e poucas vezes visto no cinema. O desempenho de Charlotte Rampling fortalece isso e mesmo sendo mãe do diretor, ela não foi poupada em cenas fortes e que se exigia o melhor dela. 

Embora curto, Eu, Anna é uma pequena aula de como se faz um belo suspense. Apedar de que a trama soe familiar, quando se é bem dirigida nos emociona pelos destinos dos personagens que ficam em aberto, que são vitimas de suas próprias ações e que não desejavam estar naquela posição melancólica.


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