21 de maio de 2012

PLANO DE FUGA (Get The Gringo, 2012)

Em Plano de Fuga, Mel Gibson interpreta um criminoso veterano que foge dos Estados Unidos para o México e acaba preso por policiais corruptos. Ele é levado para uma prisão federal conhecida como El Pueblito, largada nas mãos de traficantes que controlam tudo como se fosse uma cidade. Enquanto pensa num jeito de escapar e reaver o dinheiro roubado pelos policiais, o ‘gringo’ precisa se adaptar e sobreviver ao lugar, além de ter que se livrar do traficante de quem ele roubou nos EUA. Para tudo isso ele vai contar com a ajuda de um garoto de 10 anos que mora no presídio junto com a mãe. 

A prisão é repugnante e mostra toda a degradação de uma sociedade brutalmente marginalizada. Pior que uma favela, o local parece um acampamento de refugiados no meio do lixão. Tudo parece sujo, fedorento e amarelado. As pessoas são ‘grudentas’, viciadas em drogas e promíscuas, enquanto os traficantes se divertem à vontade junto a militares e governantes em um bordel particular dentro da cadeia. A direção de arte fez um excelente trabalho, literalmente de “dar nojo”, com o perdão do trocadilho.

Enquanto roteirista, Gibson mostra que mesmo num lugar tão deprimente é possível encontrar esperança e é assim que seu personagem inicia sua reforma íntima, tentando salvar o garoto e a mãe. Como diz o velho ditado “ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão”; Gibson se apega nesse conceito para transfigurar seu personagem num herói.
A obra é a estreia de Adrian Grunberg como diretor, quem tem larga experiência como assistente e se mostrou capaz de assinar este projeto. No controle de atores pouco conhecidos ele se sai muito bem, mas o que importa aqui é a desenvoltura de Gibson num filme com mais cara de thriller do que ação propriamente dita, apesar de ter cenas de forte impacto visual. Destaque para o tiroteio no meio da prisão que parece ter saído diretamente de um western.
Um novo despertar (2011) foi, na minha opinião, uma das melhores atuações de Mel Gibson. Entretanto os fãs estavam sentindo falta de algo mais emocionante, com o jeito bad guy de Gibson, como Thomas Craven em O Fim da Escuridão (2010), mas neste filme ele está mais parecido com Porter, seu personagem em O Troco (1999). Divertido, ridículo, valentão e charmoso são as características típicas da maioria dos personagens de Mel Gibson e tudo isso pode ser encontrado no Gringo. 

Não é o melhor do mundo, mas é um bom entretenimento. De 0 a 10, eu diria 7,5. Divirtam-se com o trailer abaixo, confiram o filme e até a próxima! 


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