12 de abril de 2011

O Senhor das Armas (Lord of War, 2005)


Yuri Orlov (Nicolas Cage) segue a carreira da família como traficante de armas juntamente com seu irmão Vitaly (Jared Leto), e para eles, é tão natural quanto vender cigarros ou bebidas. Orlov é bom no que faz, quase como um dom, consegue faturar e ganhar tudo o que almeja, inclusive a mulher dos sonhos. Em seu ramo de trabalho, ele abastece principalmente guerras em países de terceiro mundo.

O interessante sobre esse filme, é que ele não tenta nos mostrar as consequências que isso pode trazer ou o moralismo, crianças empunhando metralhadores, ou mesmo abastecendo o Afeganistão contra a guerra nos EUA, mas sim, mostra de uma forma tragicômica como Orlov senta em dinheiro e conta diamantes sem nenhum peso na consciência. A película quer que sintamos exatamente como o tráfico faz o traficante se sentir, senhor de si e não nos trazer a triste realidade do que realmente é nem criar polêmica que o assunto sempre traz. A condução do filme é belamente montada; começa num ritmo alegre e vai ficando sério à medida que vai passando. Literalmente, eu comecei rindo e acabei chorando.

As atuações de Nicolas Cage e Jared Leto não poderiam ser dadas à outras pessoas, dá impressão de que foram feitos para esse papel, o carisma e o cinismo dos dois são altamente perceptíveis a todo momento.

O roteiro abre mão do moralismo e faz você duvidar que, aquela pessoa carismática tem realmente algo a ver com as guerras em países pobres, com a matança de famílias inteiras e a integração de crianças empunhando armas em batalhas de gente grande.

O final dessa história, baseada em cinco traficantes que realmente existiram, é surpreendente. Por isso, recomendo que você veja antes de morrer.


Um comentário:

Rainer Alves disse...

Não gosto do Nicolas Cage, mas "Senhor das Armas" é uma grande exceção. Adoro esse filme, e ele sempre me faz lembrar de outros dois filmes que tratam de dilemas africanos: "Diamante de Sangue" e "O Último Rei da Escócia".

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