25 de novembro de 2010

Top 10 Filmes que tem que ter Paciência

Após deixar a dica do filme Sete Samurais no twitter, pude ver o quanto as pessoas tem preconceitos com certos tipos de filme, inclusive muitas pessoas que se dizem cinéfilas. Como já disse no nosso primeiríssimo post, há filmes muito ruins em todas as categorias e lugares, mas também tem muita coisa boa! Pensando nisso, resolvi criar uma lista de 10 filmes excelentes, mas que exigem paciência para assistir até o fim. Qual o critério utilizado? Além das dicas no twitter, recorri aos estereótipos de filmes pouco comerciais. Normalmente, são os filmes que exigem pensar e até podem fazer certo sucesso na sua época, porém, em seguida, caem no desgosto das massas que exigem rápida digestão cinematográfica.

10. O ENCOURAÇADO POTEMKIN (Bronenosets Potyomkin, 1925)
Clássico do cinema soviético, é a obra prima de Sergei Eisenstein com mais referências no cinema americano, a exemplo da cena da escadaria repetida em Os Intocáveis (com Kevin Costner). O filme é, em si, uma aula de cinema, mas tem que ter paciência.


9. CIDADÃO KANE (Citizen Kane, 1941)
É tido por muitos críticos e cineastas como o melhor filme de todos os tempos. Mais uma aula de cinema do Orson Welles com takes fantásticos e uma excelente edição. Para quem não está acostumado em admirar a maravilha das técnicas de cinema, vai precisar ter saco para acompanhar um filme tão longo e rico em detalhes. #Rosebud!


8. ALÉM DA LINHA VERMELHA (The Thin Red Line, 1998)
O filme é de guerra e traz ótimos atores como Sean Penn, James Caviezel e George Clooney, mas não fez muito sucesso na época. Meu amigo Vinício lembrou-me de que ele tem quase três horas e é um dos poucos filmes de guerra em que na última hora quase não há combate em larga escala. Dá uma desacelerada gigantesca (afu!) no final, sem perder a qualidade, apenas se transformando em outro filme. Como disse o Vinício, a mensagem do filme é "quando tudo é caótico demais, acaba se tornando sereno e sem esperança". Um baita filme, mas não pode assistir com sono. Deixo a reflexão do Soladado Witt, personagem de Caviezel, durante a cena de uma batalha contra japoneses:

Esse grande mal. De onde vem? Como se entranha dentro do mundo? De que semente, de que raiz isto cresceu? Quem está fazendo isso? Nos roubando a vida e a luz? Debochando de nós com a visão do que poderíamos ter sabido? Será que nossa ruína beneficia a Terra? Será que ajuda a grama a crescer ou o sol a brilhar? Essa escuridão está dentro de você também?


7. LARANJA MECÂNICA (A Clockwork Orange, 1971)
Um dos clássicos de Stanley Kubrick é a adaptação do livro de Anthony Burgess, e mostra uma juventude ultraviolenta e técnicas abusurdas para se combater tal violência. Ele vai fundo na psicologia humana e é um filme para "pirar o cabeção". Imperdível, mas precisa de força de vontade. Detalhe para o vocabulário próprio do personagem principal, Alex, chega a ser cômico.


6. SWEENEY TODD (Sweeney Todd, 2007)
Ok, o filme é bom, como todo o filme com Johnny Depp. Mas quando fui assistir, pensei que era um filme de suspense, até meio macabro... É necessário estar psicologicamente preparado para assistir a este musical que tenta ser ópera, indo do trágico ao cômico.


5. A NOVIÇA REBELDE (The Sound of Music, 1965)
Entre todos os belos trabalhos de Julie Andrews, este musical é tocante e marcou muitas gerações. O interessante é saber que é baseado na história real da família Kutscher, que foge da Áustria ocupada por Nazistas. Mas é preciso ter paciência para assistir, como em todo musical. Afinal, na vida real, as pessoas não travam diálogos através de canções... beira o ridículo. #Tenho_problemas_com_musicais


4. O PIANO (The Piano, 1993)
É uma bela história da mãe muda que vai morar, em 1850, com sua filha na Nova Zelândia. Detalhe para Anna Paquim, ainda novinha no filme. Tentei ver 4 vezes... nas 3 primeiras eu dormi antes dos 30 minutos. Um luta ferrenha assistir até o fim, mas vale a pena.


3. PEQUENO GRANDE HOMEM (Big Little Man, 1970)
É um dos mais bonitos filmes que já vi, com mais uma excelente atuação de Dustin Hoffman. A história épica de um homem branco, Jack Crabb, criado por índios no século XIX e que viveu 121 anos. Parece que o filme leva 121 anos para passar de tão longo, mas é muito divertido e emocionante ao mesmo tempo.


2. 2001: UMA ODISSEIA NO ESPAÇO (2001: A Space Odyssey, 1968)
O filme no qual ninguém entende nada, mas todo mundo adora. Cheio de metáforas visuais, ele aborda a evolução humana, do homem primitivo até a conquista do espaço. O filme tem cerca de 2 horas de duração e apenas 40 minutos de diálogo... é bem parado, mas muito bonito. A trilha sonora é marcante e uma referência até hoje. Mais uma do Kubrik! No fim, você começa a ficar com medo dos computadores. #Eu_Tenho_Medo_Do_HAL_9000 #Hello_Dave


1. ... E O VENTO LEVOU (Gone with the Wind, 1939)
O filme é uma aula da história da guerra civil americana, que deixou o Sul arrasado. O foco está na personagem Scarlett O'Hara (Vivien Leigh) e seu romance com o bonachão Rhett Butler, interpretado pela lenda Clark Gable. As gerações mais novas devem reconhecer a trilha sonora do filme pelo romance da Dona Florinda com o Professor Girafales (sim, é a mesma música). Venceu 8 das 13 indicações ao Oscar e merece também ser o número 1 filme para ter paciência. Vale muito a pena, mas haja paciência! São 4 horas de filme!


E você, que outros filmes incluiria nesta lista?

3 comentários:

Diego Paulista disse...

Grande João!
Baita lista! Bem selecionada para o tema. Agora, o Encouraçado é um clássico, meu! Obvio que não é um filme que passa rápido, mas poderia ter sido poupado. Já O Piano é muuuutio chato mesmo. Só estando com muita vontade para ver inteiro. hehehe
Abração

Val disse...

Não curto muito filmes com musicais, mas SWEENEY TODD é muito bom. Boa lista.

João Colombo disse...

Diego, meu caro, pelo menos 8 destes são clássicos... e é justamente os clássicos que temos que ter paciência, pois não tem grandes efeitos visuais ou cenas de ação que exigem muita adrenalina. COnvenhamos, Encouraçado precisa ter um pouco de paciência... e é melhor de assistir em casa do que nas aulas de Fundamento de Cinema na Fabico e com a Mirian Rossini heheheh abs

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