17 de março de 2016

Série Divergente: Convergente



Não tenho dúvidas que a série cinematográfica Divergente é talvez a mais regular das franquias juvenis do momento. Regular no sentido de, pelo menos, manter um pouco de qualidade em cada novo filme lançado e regular também no fato de jamais chegar à perfeição que talvez os fãs do livro quisessem. A série Divergente: Convergente, dirigido pelo mesmo Robert Schwentke do filme anterior, não foge dessa formula, muito embora eu ache esse o pior capítulo até o momento.
Tem-se esperança de que, após a mudança de cineasta (Schwentke saiu depois de uma discussão com a produção) a cine-série termine um tanto que melhor. Contudo, estamos falando da quarta e ultima parte que será lançada em 2017 e, portanto essa mudança não seria tarde demais?  De qualquer forma, o próximo cineasta será Lee Toland Krieger, de filmes interessantes como Celeste e Jesse para Sempre. Por enquanto, vamos analisar esse penúltimo filme.
Um dos pontos positivos desse terceiro capítulo é que ele pode ser visto por um marinheiro de primeira viagem, ou seja, não há problema dele não ter visto os filmes anteriores. Muito se deve a isso pelo fato da trama não mais se concentrar na trama das facções, da separação da população de Chicago em diferentes grupos conforme a capacidade de dons que cada pessoa possui. Porém, Convergente já começa no meio de um importante momento, que é o julgamento e execução daqueles considerados vilões da ordem.
Como o irmão de Tris (Shailene Woodley), Caleb, vivido por Ansel Egort, está preso e prestes a ser executado por tê-la traído, a trama inventa um jeito de tirá-lo de lá e fazê-lo juntar-se ao grupo de jovens que irão escalar e atravessar o muro para descobrir o que realmente existe do outro lado do mundo, embora a nova líder, Evelyn (Naomi Watts), tente persuadi-los com ajuda de seus soldados.
Vendo assim, o filme se assemelha a caverna de Platão, porém, também de outro capítulo de outra cine série juvenil similar, que é Maze Runner: A Prova de Fogo, exemplo, aliás, que se saiu muito melhor desde o seu primeiro filme. Vendo aqui, percebemos uma tentativa, por vezes, forçada em conquistar o cinéfilo que assiste, pois embora o visual futurista e efeitos especiais sejam bem eficientes, direção deixa e muito a desejar em alguns momentos, pois a apresentação de uma até então desconhecida Los Angeles futurística não empolga, não causando nenhum espanto e tão pouco provoca a sensação de dúvida.
Aliás, tudo que já havia sido apresentado antes do lançamento do filme, mostrava Tris dizendo aos seus colegas que eles deveriam escapar. Ou seja, desde o principio já sabemos que aquele novo mundo se trata na realidade de uma armadilha. Nesse novo cenário, ficamos sabendo que a protagonista é um ser puro (ou predestinado) e merecedora por estar naquele lugar.
Ela é quase persuadida pelas palavras do chefão David (Jeff Daniels), mas não demora muito para ela descobrir que os seus planos não foram muito bem arquitetados contra ela. Convergente se torna ainda mais previsível em sua conclusão, com uma maneira insípida de sua direção ao construir cenas de ação que soam para nós como um déjà vu. Somando a isso, temos diálogos ruins, dos quais são dependentes de palavras como “não separem as pessoas” etc. e os personagens de grande potencial são muito mal aproveitados. 
Devido a tudo isso, o filme parece longo, mesmo tendo somente duas horas cravado. E nem vamos colocar a culpa do fato deles terem dividido o terceiro romance em dois filmes para ganhar um pouco mais, pois o mesmo problema já havia acontecido nos seus filmes anteriores. Finalizando, pelo menos estamos chegando ao fim dessa cine-série, mas resta saber se com a mudança de cineasta o capitulo final termine com alguma dignidade merecedora para ser lembrada daqui nos próximos anos.
 

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