17 de setembro de 2015

NOCAUTE

O boxe é sem sombra de dúvida o esporte mais bem sucedido dentro da história do cinema. Filmes como O Campeão, Rocky, Touro Indomável e Menina de Ouro, são bons exemplos, aonde os protagonistas buscam sua redenção particular dentro dos ringues. Porém, surge o problema de sempre da falta de criatividade que hoje assola o cinema de Hollywood, sendo que, não adianta usar uma fórmula de sucesso, quando começa a soar em nossos cérebros a sensação de que esse filme nós já assistimos antes.
Não que Nocaute, o mais novo trabalho do cineasta Antoine Fuqua (Dia de Treinamento) seja um desperdício, muito pelo contrário, pois ele consegue já no primeiro minuto obter a nossa atenção e isso se deve somente a uma pessoa: Jake Gyllenhaal. Se a maioria do público ficou impressionada pelo desempenho e mudança de físico desse ator em O Abutre no ano passado, irá então se impressionar ainda mais com a mudança física vista agora nesse filme, onde nem de longe lembra aquele diabólico personagem e caçador de furos jornalísticos.
Mas mudança de físico só não basta para ter um bom desempenho, mas nisso Gyllenhaal entende. Embora o seu personagem seja um verdadeiro campeão nesse esporte, se percebe que ele não sabe fazer mais nada na vida a não ser lutar dentro do ringue. Com isso, o seu lutador Hope nos é apresentado com uma entidade incontrolável que, não mede esforços para vencer, mesmo não percebendo que está aos poucos se deteriorando por agir assim.
A situação é somente amenizada graças à presença de sua filha e esposa (Rachel McAdams, de Sherlock Holmes) que consegue amenizar a fúria que se encontra dentro da fera. Infelizmente uma tragédia abala o universo desse boxeador, lhe fazendo perder tudo e recomeçar do zero. Infelizmente, quando se era para o filme ficar mais emocionante e interessante a partir desse ponto, eis que a previsibilidade entra em cena no roteiro e fazendo com que já tenhamos uma idéia de como tudo isso irá terminar.
Talvez não seja o problema de não haver um fator surpresa no roteiro que acaba não nos impressionando, mas na forma como ele vai sendo nos apresentado é o que o torna meio sem sal. Bom exemplo disso é a presença de Forest Whitaker (O Ultimo Rei da Escócia) que, mesmo nos brindando com uma boa interpretação, acaba não ajudando muito na situação, pois os seus conflitos e os motivos que o levam em querer treinar Hope para que ele volte ao topo, são nos apresentados de uma forma muito econômica e que, se não fosse por isso, renderia bons momentos da trama, infelizmente. Falando de economia, dá para perceber Antoine Fuqua teve certo receio de ser comparado a outros filmes do gênero como Rochy, pois as cenas em que Hope é treinado passam que voando na tela, o que acaba não gerando nenhum pouco de empolgação vinda da nossa parte.
Contudo, as cenas de lutas no ringue nos rendem bons momentos, aonde a montagem frenética, embalada com uma boa trilha sonora de hip hop contorna o problema de nós já sabermos como tudo isso irá acabar. Quando filme acaba, nos sentimos satisfeitos, mas ao mesmo tempo conscientes do que tudo que nos foi apresentado poderia ter sido muito melhor. Nocaute talvez venha a ser lembrado como um filme que tinha tudo para se tornar uma grande obra, mas que faltou um pouco mais de coragem da parte dos realizadores. 
 

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