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O filme é ambientado no começo dos anos 1960, com ótimas interpretações de rostos já conhecidos do universo dos Coen, como John Goodman (numa interpretação espetacular) e completado por caras novas como de Carey Mulligan (Drive), Garrett Hedlund (Na Estrada) e F. Murray Abraham (Sem Perdão). O cenário é a musica folk no Greenwich Village nova-iorquino antes do surgimento de Bob Dylan – que é representado rapidamente de um modo engraçado – trazendo uma visão da família norte-americana e um olhar cínico sobre os relacionamentos amorosos que embalam o contexto.
Tudo isso torna mais saboroso acompanhar as desventuras de Llewyn, lutando por um lugar ao sol depois do suicídio de um parceiro, mas não conseguindo encontrar um modo de ser realmente vencedor, essa obsessão da América. Um verdadeiro gato vira-lata na vida, um símbolo que aliás se torna literal, com a participação de dois bichanos no caminho atravancado do protagonista, que pode ser encarado como alguém imbuído de uma dignidade peculiar demais para seu próprio bem – o que dá à sua história um toque melancólico.
A melhor notícia do filme é como o guatemalteco criado em Miami, Oscar Isaac atua bem quando tem chance num filme bom – já tinha dado para notar com seu pequeno papel em Drive, ao lado de Ryan Gosling. Aqui, ele se apropria de um personagem que facilmente cairia na caricatura, não fossem os Coen, e ele mesmo, os profissionais sutis que são. De quebra, ainda mostra seus dotes como cantor.
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