Elenco: Anna Kendrick, Zooey Deschanel, Justin Timberlake
Dubladores: Jullie como Poppy, Hugo Bonemer como Tronco e Hugo Gloss como Guy Diamante
Sinopse: Trolls, da DreamWorks Animation, é uma irreverente comédia extravagante com músicas incríveis! Dos geniais criadores de Shrek, Trolls é estrelado por Anna Kendrick como Poppy, a otimista líder dos Trolls, e seu total oposto, Tronco, interpretado por Justin Timberlake. Juntos, essa improvável dupla de Trolls deve embarcar em uma aventura que os leva muito além do único mundo que eles conhecem.
De uns tempos para cá ando sentindo muita falta de ver um filme de comédia que me faça rir até chorar dentro do cinema. O problema que não temos mais um Jim Carrey, ou até mesmo uma franquia hilariante que saiba arrastar multidões para o cinema e fazer do dia delas bem mais feliz. Contudo, há pequenos talentos como, por exemplo, Seth Rogen (Ligeiramente Grávidos e É O Fim) que uma vez ou outra surpreende com a sua veia cômica, tanto na atuação como na direção e é por trás das câmeras que ele cria Festa da Salsicha, uma das comédias mais insanas do ano.
Na realidade estamos diante de uma animação, onde os personagens são produtos comestíveis e que esperam serem comprados pelos humanos, ou Deuses como eles acreditam, para sim ganharem a paz no paraíso. Contudo Frank, uma salsicha que deseja se enfiar (ou transar) numa fatia de pão a todo custo, gradualmente descobre que não é bem assim como as coisas são. Aos poucos o protagonista, além de outros personagens cativantes, decide criar uma rebelião contra os humanos e terem o direito de livre arbítrio dentro do supermercado.
Falar muito sobre a trama seria estragar inúmeras surpresas que ocorrem no decorrer dela. O que eu posso dizer é que o filme não possui papas na língua em nenhum momento e sempre ouvimos através dos personagens inúmeros palavrões que até Deus dúvida. Fora isso, há piadas a torto e a direito, tirando sarro de crenças, religiões, raças, preconceito, homossexualismo e afins. Tudo isso moldado num filme, cujo traço dos personagens é bem fofo, mas não tem nada de inocente em suas atitudes.
Não vão faltar logicamente pessoas criticando ferozmente o filme, principalmente vindo de pessoas que nem se prestaram a assistir a obra. Festa da Salsicha está mais voltado para pessoas que, mesmo tendo uma crença, vão assistir ao filme de uma forma descompromissada e de mente aberta. Se você tiver esse perfil, terá uma hora e meia de pura diversão e humor do qual irá fazer você chorar de rir.
Aliás, o filme a todo o momento presta homenagem a outros gêneros e fazendo referencias a grandes clássicos, que vão desde ET, Parque dos Dinossauros e O Exterminador do futuro. Embora sejam piadas, por vezes, dispensáveis, elas fazem alegria do cinéfilo e como sátiras andam em falta atualmente no cinema americano, essas referencias, ou até mesmo piadas, acabam sendo muito bem vinda aos nossos olhos. Falando em referencias, o filme tira até mesmo um maior sarro dos filmes musicais da Disney, onde acaba sobrando para o próprio gênero musical e fazendo alegria para aqueles que não suportam uma boa música dentro de um filme.
Com um final que rolará mortes, rock, drogas, sexo, orgia (isso mesmo que você leu) e muita piada das mais absurdas. Festa da Salsicha veio para animar essa alma que estava carente de boas risadas dentro de uma sala escura de cinema.
Seja uma trama original, ou
baseada em outra fonte, Tim Burton sempre injetará a sua visão particular na
criação dos seus filmes. Muito se deve da forma como ele enxerga o mundo, do qual
as cores acinzentadas da nossa realidade predominam, enquanto as cores quentes
e coloridas pertencem a uma realidade cada vez mais escondida da nossa. Tendo
esse pensamento, O Lar das Crianças Peculiaresse encaixa como uma luva nas
mãos do cineasta, muito embora eu seja suspeito a dizer, já que eu não li os
livros de Ransom Riggs que deram origem a trama. Mas independente de ser ou
não fiel a sua fonte, Burton criou um filme do qual facilmente o público em
geral se identifica: garoto comum chamado Jacob (Asa Butterfield) descobre através
do seu avô um orfanato com crianças, cujo seus dons fazem com que elas se
isolem da humanidade. Ao dar de encontro com essa realidade, isso faz com que o
jovem protagonista descubra suas reais raízes e ligadas aquele mundo. Numa primeira analise, o
filme parece uma mistura de X-Men com Harry Potter, mas diferente do que se viam
nessas franquias, essas crianças não são destinadas a salvar o mundo, mas sim
viverem com os seus dons, independente de ter ou não contato com as pessoas
comuns. Como não poderia deixar de ser, há sempre um professor para melhor
orientar esses personagens especiais e cabe então a personagem enigmática Srta.
Peregrine, interpretada com elegância e ambigüidade pela bela e talentosa Eva
Green. Uma vez apresentado aquele
mundo, Jacob se torna os nossos olhos perante a essa realidade, onde acaba
conhecendo gradualmente cada uma das crianças e de seus dons peculiares. Embora
algumas tenham pouco espaço da trama, cada uma tem uma especialidade distinta,
da qual se destaca, principalmente quando todos trabalham em grupo. Ponto para
Burton, já que se preocupou ao criar aquelas jovens figuras como não decorativas,
mas sim reais e humanas.
Embora seja inspirado num conto infanto-juvenil,
Burton foi cauteloso em querer ousar em algumas passagens da trama, ao fazer com
que elas se tornem no mínimo curiosas e estranhas perante aos nossos olhos.
Isso acontece principalmente quando são apresentados os vilões, sendo que
alguns deles foram apelidados de “Monstros sem Olhos”, cuja suas imagens são no
mínimo desconcertantes: a cena que essas criaturas devoram os olhos de algumas
crianças peculiares é bem aterradora. Falando em vilões, boa parte
deles é liderada pelo sombrio personagem Barron, interpretado por um Samuel
L. Jackson completamente fora do seu habitat natural. Embora talentoso, infelizmente
parece que Jackson anda nos brindando com bons desempenhos somente nos filmes
de Tarantino, já que ele dá a impressão, de que pelas mãos de outros cineastas
ele nunca realmente se solta. Mas talvez eu esteja exigindo demais do astro, já
que é a primeira vez dele no universo de Tim Burton e se seu personagem não
ajuda, também não quer dizer que atrapalha.
Mas o que eu mais tinha
receio quando eu fui ver esse filme, é se Burton teria cuidado nas cenas de ação
que exigem efeitos especiais, já que ele meio que errou a mão no ato final de
Sombras da Noite (2012). Felizmente Burton deve ter ouvido as críticas, já que
quando acontecem cenas de ação que exigem efeitos visuais, elas nunca soam exageradas,
mas sim muito bem inseridas e fazendo com que a gente compreendesse muito bem o
que acontece na tela. Não tem como não deixar de gostar do ato final onde a
ação se passa num píer, onde Burton presta uma bela homenagem ao clássico de
aventura Jasão e os Argonautas (1963). Embora seja um cineasta autoral,
Tim Burton prova novamente que sabe agradar o grande público e O
Lar das Crianças Peculiares é um pequeno convite para as pessoas comuns adentrarem
a um ambiente estranho, mas encantador.
O comentário do dia é da minha querida amiga Gabriela Cerqueira. Confiram sua crítica abaixo.
Have you met Miss Jones?
Estreou na quinta-feira (6/10) no país o terceiro filme sobre Bridget Jones, personagem idealizada pela escritora britânica Hellen Fielding que representou um alívio às mulheres de 30 fartas da pergunta “e os namoradinhos?”. O Cinema sem Frescura delegou a duas B.Js fãs e bff gaúchas o reencontro com uma velha amiga, pois é essa sensação que “O Bebê de Bridget Jones” deixa.
O período de cerca de 12 anos de intervalo entre o último filme adaptado do livro Bridget Jones 2 – No Limite da Razão e o lançamento do terceiro longa não deixou os fãs em total jejum, já que em 2013 foi lançado o livro Bridget Jones – Louca Pelo Garoto. Porém, o roteiro seguido pela diretora Sharon Maguire traz uma nova história, que guarda semelhanças com o contexto do livro. Como o pôster principal do longa prenuncia, a troca do diário em modelo moleskine por um Ipad vermelho simboliza que a Bridget não parou no tempo. Se no livro há passagens hilárias de sua batalha por seguidores no Twitter, no filme vemos uma Bridget bem-sucedida como produtora de TV atenta às mídias sociais, solteira e com resultado de todas aquelas anotações sobre o peso transparecendo em uma silhueta mais fina.
Mas... Ainda é a nossa velha Bridget, ok! E é justamente o que o filme preserva da sua personalidade e da narrativa de Hellen Fielding que trouxe uma grata surpresa aos fãs e à crítica, já que parecia uma produção que tinha tudo para dar errado. A começar pela recusa de Hugh Grant de participar da sequência e levar com ele a esperança de mais uma cena das clássicas lutas de Daniel Cleaver e Mark Darcy (Colin Firth), embaladas com uma trilha sonora inusitada. Outro fato que causou espanto foi a mudança de aparência da Renée Zellweger, que após ter ganhado peso para interpretar a personagem nos dois filmes até então, apareceu mais magra e com mudanças em seu rosto. Como no livro Bridget permanecia com ganho e perda de peso recorrente, ficou a dúvida se a sua nova aparência iria remeter à Bridget. Felizmente, a impressão que ficou é que os anos passaram para ela e para a personagem de tal modo que a Bridget de 43 anos do filme seria impensável sem a nova Renée. O elenco recebeu dois nomes de peso, Patrick Dempsey para interpretar Jack Qwant, o americano rival de Mark, e Emma Thompson, que reforça aquele ar britânico que encanta no filme interpretando uma médica obstetra com humor inglês.
Superadas as mudanças, o que vimos foi uma história que nos fez chorar de rir, e de chorar somente. Quando a Bridget engravida e não tem como precisar se o bebê é de Mark ou Jack (spoiler, se esconda! Vamos combinar que em uma semana transar com o Jack em um festival de música e com o Mark em um chá de bebê confundiria qualquer uma de nós!), lá se vão todas aquelas metas que ela se impõe e vamos acompanhando os desencontros, as ideias malucas e as soluções que mereciam o “Troféu Cebolinha de Planos Infalíveis”. O conflito de gerações no trabalho é outra questão bem atual que o longa trás, com a Bridget tentando manter o emprego frente a uma nova gestão de representantes da geração Y. O longa joga muito bem com os assuntos recorrentes hoje e com as características clássicas do filme, que são a trilha sonora perfeita para cada cena, os cenários familiares e, principalmente, a personalidade da Bridget, trazendo um recado implícito: valores não mudam. (Corre que lá vem spoiler) A diretora foi muito feliz em colocar cenas entre Bridget e Mark no primeiro filme, o que impressiona por ver que apesar do tempo, permanece aquela mesma troca de olhares que provoca suspiros nos telespectadores. A única perda do longa foi, de fato, Hugh Grant, embora o seu personagem tenha sido mencionado em diferentes momentos. Os demais personagens permanecem, a exemplo dos pais fofinhos e do trio de amigos fiéis.
O CSF recomenda fortemente que melhores amigas assistam juntas a produção. As duas que vos falam passaram longos períodos sem se ver, mas o reencontro nosso vendo o filme serviu apenas para acrescentar a mensagem principal a essa resenha: não se preocupe, reencontrar a Bridget será como aquelas amizades verdadeiras que não importa o tempo ou a distância – nada muda e isso é maravilhoso!
Um oferecimento das pipocas do Cine Sem Frescura: Raquel&Gabi
A Bruxa de Blair de
1999 pegou todo mundo desprevenido, pois ele foi promovido como se realmente
fosse um documentário real e que os eventos vistos na tela realmente
aconteceram. Naquele ano a internet ainda engatinhava, ao ponto de não haver
muitas informações sobre o que era realmente a obra. A possibilidade de tudo
ser verídico somente aumentou com o lançamento de um documentário de uma hora
de duração que foi exibido uma semana antes na TV americana e que fez do filme
parecer ainda mais autêntico.
Após a estréia, foi
desvendado aos poucos que tudo não passou de pura propaganda orquestrada pelos
criadores, mas que foi o suficiente para o filme se tornar um grande sucesso de
bilheteria daquele ano e se transformar aos poucos em objeto de culto. Não
demorou muito para que o filme ganhasse uma continuação (Bruxa de Blair 2: O
Livro das Sombras), mas que todos atualmente se esqueceram devido a sua
ruindade. Passados quase vinte anos após o lançamento do cultuado filme, eis
que chega Bruxa de Blair que, além de ser uma continuação, o filme é uma
espécie de releitura do filme original, respeitando os fãs e nos brindando com
alguns momentos que realmente nos prende na cadeira.
Dirigido pelo
cineasta Adam Wingard, o filme já começa com uma cena de dentro da horripilante
cabana vista no filme de 1999, mas dando a entender que ela foi gravada
recentemente. James (James Allen McCune), ao ver o vídeo pela internet, decide
então adentrar na floresta, já que ele é irmão da desaparecida Heather e que acredita
que ela ainda possa estar viva após todos esses anos. Com um grupo de amigos
mais equipamento de filmagem sofisticado, todos adentram a floresta que foi
palco daqueles eventos misteriosos.
Não é preciso ser
gênio em adivinhar que a idéia deles entrarem naquela floresta é uma péssima
idéia e que, gradualmente, coisas estranhas começam acontecer naquele lugar.
Tudo o que aconteceu no filme original acontece aqui novamente, mas diferente
do que foi visto em 1999, aqui as situações são vistas numa escala maior e
tornando tudo mais assustador. Porém, não é pelo fato da tecnologia de hoje
tornar tudo mais crível que é obrigatoriamente tornar tudo mais explicito, pois
não espere a aparição da bruxa, sendo que ela surge de uma forma quase que não
dê para identificar o que ela é exatamente.
Tudo isso para tornar
o clima de mistério ainda mais saboroso para ser degustado, mas que ao mesmo
tempo, jogando uma luz de possibilidades sobre o que realmente acontece naquele
lugar. Com jogos de luzes, sombras e movimentos de câmera bem arquitetados, a
trama levanta inúmeras teorias, desde viagem do tempo, congelamento do tempo,
alienígenas e possessão demoníaca. Nada disso ofende os fãs do cultuado filme,
mas sim respeitando e fazendo com que a imaginação trabalhe nos minutos que
acontecem esses fenômenos inexplicáveis.
A produção somente
peca pelo fato de boa parte dos integrantes do grupo se tornar desinteressante
e fazendo com que não nos importemos muito com eles quando cada um tem o seu
destino selado. A trama acaba por então se concentrando mais nas duas figuras
que são James e sua amiga Lisa (Callie Hernandez), sendo que essa última acaba
se tornando, mesmo que involuntariamente, a protagonista de momentos de pura
angustia principalmente no terceiro ato final da trama. O final, aliás, retorna
justamente na casa vista ao final do filme original, mas ao invés de repetir o
que já foi visto, a casa acaba se revelando muito mais assustadora do que nunca
e fazendo com que até mesmo a própria famigerada floresta se tornasse um lugar
até mais seguro do que aquele local.
Com pouco mais de uma hora e
meia, Bruxa de Blair é um filme seqüência digno de nota, cuja sua releitura do
clássico acaba tornando a sessão muito mais assustadora e prazerosa.
Baseado no clássico "OS SETE SAMURAIS" de Akira Kurosawa, o filme é mais uma adaptação ao estilo Western. Apesar do esforço do Cineasta Antoine Fuqua (Invasão à Casa Branca e Dia de Treinamento), a produção fica muito aquém do sucesso de 1960. A comparação é inevitável.
O filme certamente não é um remake da já adaptada filmagem pelo genial Diretor John Sturges, mas uma nova visão sobre a história clássica dos samurais contratados para defender um vilarejo. Desta vez, ele se utiliza de cowboys, foras-da-lei e caçadores-de recompensa para montar o grupo que irá defender a população de uma pequena cidade americana, subjugada por um magnata do ouro, no auge da exploração no Velho Oeste.
Ele aposta também em um ótimo elenco (Denzel Washington, Chris Pratt, Ethan Hawke, Vincent D'Onofrio, entre outros menos famosos), como no de 1960 (que contava simplesmente com Eli Wallach, Steve McQueen, Charles Bronson, James Coburn, Robert Vaughn e Yul Brynner). No entanto, a meu ver, não há uma unidade, ou melhor, há pouca afinidade no grupo dos 7 cavaleiros deste novo filme. A melhor dupla deveria ser Cris Pratt e Denzel, mas eles parecem deslocados... Há poucos ensinamentos sobre Justiça e a luta entre fazer o que é certo ou fugir do problema. O filme passa a mensagem de forma clara, mas superficial, bem como as motivações dos personagens por embarcar na árdua missão de combater um exército de mais de 200 homens.
O novo filme faz algumas referências ao original japonês de Kurosawa (como a cena final), e trabalha os personagens com personalidades bem distintas.
A Direção de Arte aposta na influência de clássicos do western, como Três Homens em Conflito, e sua trilha sonora é precisa. A fotografia é belíssima, mas não tem tomadas deslumbrantes como o mais recente Os 8 Odiados. O foco do filme é mesmo as cenas de ação, muito bem montadas.
No fim, nota-se como um bom entretenimento, mas não chega para ser um clássico como seus antecessores.