6 de outubro de 2016

BRUXA DE BLAIR



A Bruxa de Blair de 1999 pegou todo mundo desprevenido, pois ele foi promovido como se realmente fosse um documentário real e que os eventos vistos na tela realmente aconteceram. Naquele ano a internet ainda engatinhava, ao ponto de não haver muitas informações sobre o que era realmente a obra. A possibilidade de tudo ser verídico somente aumentou com o lançamento de um documentário de uma hora de duração que foi exibido uma semana antes na TV americana e que fez do filme parecer ainda mais autêntico.
Após a estréia, foi desvendado aos poucos que tudo não passou de pura propaganda orquestrada pelos criadores, mas que foi o suficiente para o filme se tornar um grande sucesso de bilheteria daquele ano e se transformar aos poucos em objeto de culto. Não demorou muito para que o filme ganhasse uma continuação (Bruxa de Blair 2: O Livro das Sombras), mas que todos atualmente se esqueceram devido a sua ruindade. Passados quase vinte anos após o lançamento do cultuado filme, eis que chega Bruxa de Blair que, além de ser uma continuação, o filme é uma espécie de releitura do filme original, respeitando os fãs e nos brindando com alguns momentos que realmente nos prende na cadeira.
Dirigido pelo cineasta Adam Wingard, o filme já começa com uma cena de dentro da horripilante cabana vista no filme de 1999, mas dando a entender que ela foi gravada recentemente. James (James Allen McCune), ao ver o vídeo pela internet, decide então adentrar na floresta, já que ele é irmão da desaparecida Heather e que acredita que ela ainda possa estar viva após todos esses anos. Com um grupo de amigos mais equipamento de filmagem sofisticado, todos adentram a floresta que foi palco daqueles eventos misteriosos.
Não é preciso ser gênio em adivinhar que a idéia deles entrarem naquela floresta é uma péssima idéia e que, gradualmente, coisas estranhas começam acontecer naquele lugar. Tudo o que aconteceu no filme original acontece aqui novamente, mas diferente do que foi visto em 1999, aqui as situações são vistas numa escala maior e tornando tudo mais assustador. Porém, não é pelo fato da tecnologia de hoje tornar tudo mais crível que é obrigatoriamente tornar tudo mais explicito, pois não espere a aparição da bruxa, sendo que ela surge de uma forma quase que não dê para identificar o que ela é exatamente.
Tudo isso para tornar o clima de mistério ainda mais saboroso para ser degustado, mas que ao mesmo tempo, jogando uma luz de possibilidades sobre o que realmente acontece naquele lugar. Com jogos de luzes, sombras e movimentos de câmera bem arquitetados, a trama levanta inúmeras teorias, desde viagem do tempo, congelamento do tempo, alienígenas e possessão demoníaca. Nada disso ofende os fãs do cultuado filme, mas sim respeitando e fazendo com que a imaginação trabalhe nos minutos que acontecem esses fenômenos inexplicáveis.
A produção somente peca pelo fato de boa parte dos integrantes do grupo se tornar desinteressante e fazendo com que não nos importemos muito com eles quando cada um tem o seu destino selado. A trama acaba por então se concentrando mais nas duas figuras que são James e sua amiga Lisa (Callie Hernandez), sendo que essa última acaba se tornando, mesmo que involuntariamente, a protagonista de momentos de pura angustia principalmente no terceiro ato final da trama. O final, aliás, retorna justamente na casa vista ao final do filme original, mas ao invés de repetir o que já foi visto, a casa acaba se revelando muito mais assustadora do que nunca e fazendo com que até mesmo a própria famigerada floresta se tornasse um lugar até mais seguro do que aquele local. 
Com pouco mais de uma hora e meia, Bruxa de Blair é um filme seqüência digno de nota, cuja sua releitura do clássico acaba tornando a sessão muito mais assustadora e prazerosa.

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