Qualquer criança sabe que extraterrestre que se preza vêm do espaço, das galáxias, dos céus - ou seja - lá de cima, não é mesmo? Só que em Círculo de Fogo (Pacific Rim, 2013) não é bem assim. Nesse último filme de Guillermo del Toro, monstros alienígenas invadiram a Terra através de uma fenda conectada a outra dimensão, no fundo do Pacífico. Desde então, essas enormes criaturas, chamadas de Kaijus, vêm causando muita destruição e ameaçando a existência da humanidade; para tentar combatê-los, os humanos criaram os Jaegers, robôs gigantes tripulados por duas pessoas e ligados à maquina através de uma conexão neural.
Oceano Pacífico, monstros gigantes contra robôs heróis…você deve estar pensando que já viu isso antes, e viu mesmo! Círculo de Fogo é uma homenagem de Guillermo del Toro aos filmes e seriados japoneses do gênero nos anos 60 e 70, tais como Ultraman, Spectreman, Ultraseven, Robô Gigante, entre outros. A trama se passa em 2020, que convenhamos, é logo depois de amanhã, sendo curioso pensar num cenário futurista dessa complexidade em tão pouco tempo. Mas ficção é ficção. E Círculo de Fogo é ficção das boas.
O filme transcende a mera pirotecnia das narrativas de superherói, unindo uma boa história com imagens e sequências exuberantes. Os Kaijus, no melhor estilo Godzila, metem medo de verdade e pisoteiam nossas cidades como quem passa por cima de castelo de areia na praia. As cenas de destruição causariam calafrios em qualquer ministro da defesa. Por sua vez, os Jaegers são colossais e impressionantes, sendo que o lance da conexão neural dos seus pilotos é mais um elemento que chama a atenção e nos prende à história. Apesar da inspiração nipônica, o enredo também traz alguns chavões clássicos de filmes americanos de ação: quando as coisas parecem estar perdidas, as esperanças recaem em um ex-combatente traumatizado, interpretado por Charlie Hunnam, e sua ajudante novata, japonesa e gatinha (Rinko Kikuch).
Se na época dos filmes japoneses os recursos da época possibilitavam efeitos toscos, onde o imaginário infanto-juvenil criava toda atmosfera, em Círculo de Fogo, Guillermo del Toro se vale do melhor da tecnologia cinematográfica para criar um filme empolgante de grande apelo visual. Ultraman e seus colegas de salvação do planeta recomendam!
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