Se você ainda não assistiu Cake, pode ser que o que mais chame a atenção do filme, à primeira vista, seja a presença de Jennifer Aniston como protagonista num filme fora do seu habitual. Muito bem vista em Hollywood, a "Rachel" do clássico seriado Friends prova que é muito mais do que gargalhadas, 'Brad Pitt' e um rostinho bonito. No filme, dirigido por Daniel Barnz (A Luta por um Ideal), Jennifer tem aqui uma atuação muito convincente, crua, e sem ego. Uma das características marcantes dessa interpretação é que você acredita realmente em ver uma mulher que está sentindo dor. É uma abordagem muito sincera e que se estende além da parte física. A dor afeta a personalidade dessa personagem, embora você não saiba os detalhes, sendo que a condição dela justifica o seu cinismo, o seu sarcasmo e o pessimismo que ela tem perante a vida; não é uma mulher agradável, é uma personagem amarga, mas você entende o motivo de tanta amargura, é uma raiva humanizada.
A atuação de Aniston foi muito elogiada e lhe rendeu algumas indicações em prêmios importantes. Méritos de um trabalho bem feito. Em uma história emoldurada por sofrimentos, ela nos entrega um papel dramático dentro de um contexto que destaca as dores de seus personagens. Com uma narrativa comovente, Cake não se preocupa em apenas falar de tristeza, mesmo que elas sempre apareçam em algum momento do filme. Mas também fala de superação e de como lidar com problemas que tanto nos afetam.
Enquanto alguns preferem viver com a tristeza diariamente, outros tentam se desfazer dela buscando um novo sentido para suas vidas. E é com essa mistura de sentimentos em uma história que em certos momentos se apresenta um pouco enigmática, que o filme mostra que Jennifer Aniston manda muito bem fora da comédia e que a história, mesmo triste, é sem exageros dramáticos escancarados e muito bem contada.
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