Filme do Cimério tem qualidades e defeitos, mas pelo menos tenta ser algo melhor...
Graças à parceria com o Clube do Assinante ZH, estivemos na première de Conan e podemos contar a vocês o que esperar deste longa que estreia sexta-feira nos cinemas.
Graças à parceria com o Clube do Assinante ZH, estivemos na première de Conan e podemos contar a vocês o que esperar deste longa que estreia sexta-feira nos cinemas.
Antes de assistir Conan, o filme já tinha duas comparações involuntárias na minha mente. A primeira, e mais óbvia, é a versão para o cinema de John Milius de 1982 estrelada por Arnold Schwarzenegger. Já a segunda, remete ao fato de que eu sempre fui um grande fã das revistas do persosnagem - no ínicio da década de 90, quando eu recém havia aprendido a ler, eu não lia Turma da Monica, eu lia A Espada Selvagem de Conan e isso sempre foi um motivo de orgulho para mim. Mas, voltando ao filme, essas comparações já haviam ganho da nova película antes mesmo de eu assistí-la e, de alguma forma, eu estava receoso de assistir um filme que eu temia transformar um personagem tão querido para mim em algo que fosse motivo de piada.
Quando penso no longa de 1982 (eu tento esquecer a sequência Conan, O Destruidor, que foi divertida, mas infinitamente inferior) eu lembro que ele não apresentava um Conan muito fiel ao imaginado pelo autor Robert E. Howard. Apesar de ser um bárbaro da Ciméria com "músculos de aço", Conan também era um guerreiro astuto e um ladrão ágil, um líder que em mais de uma oportunidade liderou revoltas e exércitos. No entanto, essas últimas características estavam ausentes na atuação de Schwarzenegger. Para o filme de Milius funcionava, pois era trash sem se envergonhar disso - havia um certo exercício de liberação necessário a uma produção que se dispõe a filmar a história de um guerreiro bárbaro cuja vida é uma sucessão de lutas, bebidas e mulheres semi-nuas que precisam ser resgatadas, a única exceção a essa regra era quando a mulher semi-nua não precisava ser resgatada.
Finalmente chegamos ao filme de Jason Momoa, dirigido por Marcus Nispel, cujos créditos cinematográficos incluem os fracos, mas financeiramente rentáveis O Massacre da Serra Elétrica e Sexta Feira 13 (ambos remakes).
O Conan de Momoa é superior ao de Schwarzenegger no que diz respeito à fidelidade ao herói dos quadrinhos. Aqui podemos ver o ladrão ágil, o pirata habilidoso e o guerreiro implacável e levemente amoral que Howard imaginou. Ainda que a presença de tela de Momoa não seja tão cativante quanto a do austríaco Schwarzenegger, ele faz um trabalho razoável e não há razões para reclamar. Entre os coadjuvantes, Ron Pearlman mostra que mesmo sendo canastrão é possível fazer um bom papel em um filme. Stephen Lang mostra que é bom ator transformando um vilão caricato em algo passável e Rose McGowan se sai bem no papel da exótica Marique. Digno de nota também é o jovem Leo Howard que faz o papel de Conan jovem. Ele consegue passar a credibilidade de uma criança selvagem e ao mesmo tempo astuta, que começa desde cedo a mostrar suas habilidades com a espada. Todo o resto do elenco é dispensável.
Na minha opinião, Conan é algo novo que eu ainda não havia visto no cinema, não a história em si, que não chega ao nível das histórias em quadrinhos, mas a maneira como o filme é feito. Conan é fruto de um diretor inteligente, mas sem talento. Ouvimos críticos e fãs reclamarem incontáveis vezes dos mesmos erros e clichés em filmes. O vilão raso, o ritmo apressado demais, a suavização da violência que o herói apresentava em seu veículo original na sua transposição para as telas (nunca se perguntou por que, no cinema, Wolverine nunca fica com suas garras sujas de sangue?) e diversos outros erros que acontecem sempre e fazem você se questionar porque os diretores/produtores não ouvem as milhares de queixas e voltam a cometer os mesmos erros. Conan é algo novo porque tenta não cometer nenhum destes erros. A inteligência do diretor Nispel fica clara quando ele toma seu tempo para tranquilamente mostrar a infância de Conan nos primeiros 30 minutos do filme. Nos quadrinhos sempre foi dito que Conan nasceu no campo de batalha, o diretor conseguiu traduzir isso de forma brilhante na abertura do filme. Se a narração inicial da Era Hyboriana era algo único e misterioso no filme de 1982 agora temos a voz de Morgan Freeman apresentando a história, algo que não fica devendo ao original.
Outro erro que vemos se repetir na maioria dos filmes e Conan consegue evitar é o uso excessivo de efeitos especiais. Ainda que uma cena na qual Conan enfrenta vários inimigos formados por areia seja claramente descartável, no resto do filme não vemos Conan se embromar com algum monstro completamente criado em CG, algo que eu infelizmente esperava.
Se você é fã de Conan fique tranquilo, porque o âmago das histórias do Cimério estão representadas no filme. Lutas, monstro, belas mulheres nuas e sangue, muito sangue! Se há um mérito que reside sobre os ombros dos produtores do filme é não ter se vendido (como a maioria das adaptações dos quadrinhos) e ter diminuído a violência apenas para conseguir uma classificação livre.
Entretanto, os problemas do filme são grandes e comprometem a qualidade e o resultado final, infelizmente. A iluminação é ruim, para dizer o mínimo. Eu simplesmente não conseguia assistir ao filme em certass partes e tive que retirar o óculos 3D algumas vezes para identificar quem era quem nas cenas de luta que, por sua vez, foram prejudicadas por uma edição apressada e pouco inspirada. Até quando editores vão achar que enganam espectadores de que uma luta é extremamente veloz ao colocarem cortes excessivamente rápidos na tela? Na maioria das vezes no cinema atual eu simplesmente não sei mais quem é quem em uma luta.
Talvez isso esteja se tornando repetitivo, mas aqui vamos nós de novo: o 3D é dispensável. No caso de Conan eu diria mais: prejudica o filme. Os óculos deixam a projeção ligeiramente mais escura e, em um filme com a iluminação tão ruim quanto a de Conan, isso é intragável.
A trilha sonora é fraca e francamente descartável se comparada ao clássico de Basil Poledouris no filme de 1982. Mas o grande erro do filme é não ter o tom épico presente tanto nas histórias quanto no filme de Milius.
Conan - O Bárbaro pode te animar e te deixar algumas impressões boas, mas depois de algumas horas longe do cinema, será apenas um filme de Sessão da Tarde.
Infelizmente é um filme que prova que inteligência não substitui talento, pelo menos, não no Cinema.
Outro erro que vemos se repetir na maioria dos filmes e Conan consegue evitar é o uso excessivo de efeitos especiais. Ainda que uma cena na qual Conan enfrenta vários inimigos formados por areia seja claramente descartável, no resto do filme não vemos Conan se embromar com algum monstro completamente criado em CG, algo que eu infelizmente esperava.
Se você é fã de Conan fique tranquilo, porque o âmago das histórias do Cimério estão representadas no filme. Lutas, monstro, belas mulheres nuas e sangue, muito sangue! Se há um mérito que reside sobre os ombros dos produtores do filme é não ter se vendido (como a maioria das adaptações dos quadrinhos) e ter diminuído a violência apenas para conseguir uma classificação livre.
Entretanto, os problemas do filme são grandes e comprometem a qualidade e o resultado final, infelizmente. A iluminação é ruim, para dizer o mínimo. Eu simplesmente não conseguia assistir ao filme em certass partes e tive que retirar o óculos 3D algumas vezes para identificar quem era quem nas cenas de luta que, por sua vez, foram prejudicadas por uma edição apressada e pouco inspirada. Até quando editores vão achar que enganam espectadores de que uma luta é extremamente veloz ao colocarem cortes excessivamente rápidos na tela? Na maioria das vezes no cinema atual eu simplesmente não sei mais quem é quem em uma luta.
Talvez isso esteja se tornando repetitivo, mas aqui vamos nós de novo: o 3D é dispensável. No caso de Conan eu diria mais: prejudica o filme. Os óculos deixam a projeção ligeiramente mais escura e, em um filme com a iluminação tão ruim quanto a de Conan, isso é intragável.
A trilha sonora é fraca e francamente descartável se comparada ao clássico de Basil Poledouris no filme de 1982. Mas o grande erro do filme é não ter o tom épico presente tanto nas histórias quanto no filme de Milius.
Conan - O Bárbaro pode te animar e te deixar algumas impressões boas, mas depois de algumas horas longe do cinema, será apenas um filme de Sessão da Tarde.
Infelizmente é um filme que prova que inteligência não substitui talento, pelo menos, não no Cinema.
Um comentário:
Bem eu como fã dos quadrinhos, acho que posso qualificar bem o filme.
Primeiro acho que Conan o Destruidor (sequencia que você não gostou) esta muito melhor em enredo, e e tudo mais. E a trilha sonora de Basil simplesmente impecável.
Esse de 2011 realmente a personagem ficou mais fiel, mais diferente do clássicos da década de 1980, esta muito inferior.
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