29 de agosto de 2011

Clube da Luta (Fight Club, 1999)

Esse é o meu primeiro post como o mais novo colaborador oficial do Cinema Sem Frescura. Então, antes de iniciar a crítica, gostaria de agradecer a toda a equipe do blog pelo convite, e prometer aos leitores um empenho grande em trazer uma informação gostosa sobre cinema.

O filme que comentarei hoje foi definido como "um soco na mente", pelo jornal Philadelphia Weekly, e sacudiu a virada do milênio com um roteiro extremamente chocante, visceral e surpreendente. "Clube da Luta", com Edward Norton, Brad Pitt e Helena Bonham Carter no elenco, conta com a direção de David Fincher (de A Rede Social).

Um investigador de seguros, que possui sérios problemas de insônia, chamado Jack (Edward Norton) inicia um jeito estranho de diminuir o seu sofrimento psicológico: começa a frequentar grupos de terapia, como alcoólicos anônimos e portadores de câncer de testículo, sem padecer de nenhum desses males. Dessa forma, ele conhece a excêntrica Marla (Helena Carter) e o peculiar, porém perigoso, Tyler Durden (Brad Pitt). Jack e Tyler viram uma dupla inseparável que cria um clube de luta, onde homens se dilaceram em chutes e socos com um único objetivo: serem vulneráveis e, ironicamente, perfeitos. Mas tenha certeza: isso não dará certo!

De imediato posso lhes afirmar que esse filme é extremamente singular. O roteiro, que é adaptado do livro de Chuck Palahniuk, ensina, diverte, surpreende e enlouquece o espectador. "Clube da Luta" marcou a virada do século como um dos melhores filmes já feitos, justamente pelo fato de embrulhar o estômago e a mente de quem o assiste.

Embrulha o estômago na decisão feliz da direção em não coreografar as lutas realizadas no filme, onde inúmeros homens se degladiam aos pares, de forma despretensiosa e amadora, o que as torna mais reais e convincentes. Além disso, há a adição de efeitos visuais milimetricamente pensados (como o sangue preto, viscoso, abundante e nojento), a repugnância é de notória percepção.

Já o embrulhar da mente se dá pelo emaranhado de informações que perfazem um roteiro incompreensivo durante boa parte do filme, mas que prende a atenção por prometer um desfecho impressionante. No final, ele não quebra a sua promessa, pois a revelação é chocante.

O roteiro ainda nos traz uma forma doentia de ver a sociedade de um modo geral. Através do personagem interpretado de forma brilhante por Brad Pitt, o autor faz críticas a um mundo minimalista e egoísta que o homem escolheu para viver, onde as escolhas que fazemos decidiram se somos montanhas ou grãos de areia. Na introdução do filme, o diretor exibe um texto que traduz exatamente isso:

Se você está lendo isso, então este aviso é para você. Cada palavra que você lê nesse texto é um segundo perdido de sua vida. Você não tem outras coisas para fazer? A sua vida é tão vazia que você não consegue pensar em uma maneira melhor de gastar seu tempo? Ou você se impressiona tanto com a autoridade que você dá credibilidade a qualquer aviso no começo de um filme? Você lê tudo o que você deveria ler? Você pensa tudo o que deveria pensar? Compra tudo o que você deveria comprar? Saia do seu apartamento. Conheça uma garota. Deixe de ser consumista e de se masturbar excessivamente. Demita-se de seu trabalho. Arrume uma briga. Prove que você está vivo. Se você não reivindicar sua humanidade você vai se tornar uma estatística. Você foi avisado...

Para o New York Times, Clube da Luta é um filme que "talvez precise ser assistido mais de uma vez". Eu concordo com o jornal novaiorquinho em gênero, número e grau, e ainda me arrisco em dar mais um conselho: seja forte, afinal, ele não é para qualquer um!


26 de agosto de 2011

Dicas de Estreias 26/08/2011: Planeta dos Macacos; Amor a Toda Prova; Reino dos Felinos


Planeta dos Macacos: A Origem (Rise of the Planet of the Apes, 2011)

O filme traz uma história que se passa num perído anterior à do Planeta dos Macacos, tanto da original com Charlton Heston (1968), como a com Mark Wahlberg (2001). A nova trama traz James Franco (de 127 Horas) como Wiil Rodman, uma cientista que faz experiências com Chimpanzés em laboratório. Andy Serkis (de O Senhor dos Anéis) dá vida a César o símio que desenvolve inteligência e lidera uma revolução dos macacos contra humanos.

O filme ainda conta no elenco com Tom Felton (da saga Harry Potter), John Lithgow e Freida Pinto (de Quem Quer Ser Milionário?). Rupert Wyatt, que tem pouca experiência, assumiu a direção do projeto, mas o filme está bem comentado e pode ser uma experiência interessante.



Amor a Toda Prova (Crazy, Stupid, Love, 2011)

Com um elenco bem conhecido (Steve Carell, Julianne Moore, Kevin Bacon, entre outros) o film trata de um quarentão que tenta esquecer a ex-mulher. Nisso, faz amizade com um cara de 30 anos que vai lhe ensinar a ser solteiro de novo.

Saiba porque recomendamos, confira aqui a crítica do Vínicio Oliveira.




Reino dos Felinos (African Cats, 2011)

Apesar da badalação pela reedição de O Rei Leão (1994) em 3D, o que me chamou atenção são outros reis da savana. Em documentário, o filme se propõe a mostrar os sentimentos de amor, humor e determinação dos felinos africanos, contando a história de Mara, filha de uma leoa; de Sita, uma guepardo que, solteira, irá cuidar dos seus filhotes recém-nascidos; e de Kali, um majestoso leão que irá lutar pelo seu lar, após ser banido do seu bando.

Parece ser uma bela história, com a bela fotografia que a savana proporciona. A narração, em inglês, é do Samuel L. Jackson.

25 de agosto de 2011

Amor a Toda Prova (Crazy, Stupid, Love, 2011)

Disfarçado de comédia pueril, o filme é, na verdade, uma combinação eficiente de drama, sensibilidade e boas risadas.

A convite do Clube do Assinante ZH, estivemos na première de Amor a Toda Prova. Mais uma vez contamos as novidades sem estragar as surpresas:

Fui ao cinema ontem, esperando uma comédia meio abobada de Steve Carell, o que por si só não é ruim automaticamente, pode ir desde coisas boas como “O Virgem de Quarenta Anos” até desastres como “A Volta do Todo Poderoso”. O fato é que não foi exatamente isso que eu encontrei.

Os primeiros quarenta minutos foram uma sucessão de clichês que quase fizeram com que eu perdesse o interesse no filme, mas eles estão lá por uma boa razão, justamente para pegar o espectador desprevenido na segunda metade do filme. O elenco carrega esse início aparentemente pouco inspirado com competência. Carell mostra uma de suas interpretações mais contidas e inspiradas, Ryan Gosling é o ponto alto do filme e faz o espectador se afeiçoar a ele tão rápido quanto suas conquistas no filme. Julianne Moore já esteve mais inspirada, mas ainda sim entrega uma interpretação sólida o suficiente. Kevin Bacon, mesmo com pouquíssimo tempo de tela, consegue marcar uma bela presença. A revelação fica por conta de Emma Stone que consegue uma química muito realista com Gosling - a jovem atriz está prestes a estourar em Hollywood já que é a namorada de Peter Parker no novo Homem-Aranha.

Em “Amor a Toda Prova” Carell interpreta Cal, um homem traído pela mulher Emily (Julianne Moore) e que, depois de arrasado pela descoberta, conhece o atraente e conquistador Jacob (Ryan Gosling) que o ensina a arte da sedução. A história não se conforma com essa premissa boba e batida e vai nos apresentando discretamente o amor em todas as suas formas e encarnações, desde o primeiro e determinado amor até aquele que foi desgastado ao longo dos anos, apesar de ainda estar lá. Há reviravoltas surpreendentes na trama, porém elas não estragam a sensibilidade aguçada do filme. A direção a quatro mãos, de Glen Ficarra e John Requa, apresenta seus pontos positivos e negativos. A dupla navega habilmente no campo das emoções e nunca é rasa ou barata quando trata do amor e de seus personagens, no entanto o ritmo de contar histórias paralelas e supostamente entrelaçadas mostra não ser um dos pontos fortes do filme.

Posso dizer que esse é o filme mais sensível e honesto que eu assisti esse ano. Uma mistura de amor, comédia e loucura que poderia se tornar um besteirol nas mãos de um realizador menos competente, porém “Amor a Toda Prova” consegue a proeza de, mesmo com uma trama improvável, fazer seus espectadores se identificarem com seus personagens. Quem nunca terminou um relacionamento e quis sair e ficar com várias pessoas para massagear o ego? Ou quem nunca esteve festejando na noite e se pegou desejando ter uma pessoa especial só para si? Pendendo muitas vezes mais para o drama do que para a comédia, “Amor a Toda Prova” faz rir, lembrando que nem sempre o amor é engraçado.


23 de agosto de 2011

Trailer de Living In Material World

Ainda não há previsão de passar nos cinemas no Brasil, mas em outubro estreia na HBO (canal pago) o documentário sobre o ex-beatle George Harrison, dirigido por Martin Scorsese. Conforme o trailer abaixo, ele aborda fatos marcantes de sua carreira nos Beatles, o antes e o após, com depoimentos de celebridades que conviveram com ele. Espero que sobressaia sua filosofia de vida, que é tão significativa.

George Harrison era o mais espiritual dos "4 besouros" e seu documentário leva o nome de uma de suas músicas, lançada em 1973, "Vivendo No Mundo Material".

Estou ansioso, pois ele é meu Beatle favorito e merece esta homenagem por toda sua obra em vida.

22 de agosto de 2011

SUPER 8 (2011)

J.J. Abrams faz jus à parceria com Steven Spielberg: mistura a paixão por fazer filmes com fixação em alienígenas.

No verão de 1979, um grupo de pré-adolescentes está fazendo um filme amador, em super 8, sobre zumbis. Durante a gravação em uma estação de trem, à noite, eles testemunham um terrível acidente em que uma caminhonete se joga nos trilhos e destrói todo o trem. Após o "acidente", algumas pessoas e cachorros começam a desaparecer, motores de carro são roubados e a Força Área Americana, dona do trem destruído, mantém desinformada a população da pequena cidade de Lilian. Enquanto continuam a gravação do filme, as crianças descobrem que um extraterrestre fugiu daquele trem e é o responsável pelos desaparecimentos. Juntos, farão de tudo para salvar a menina do grupo, mocinha do seu filme, raptada pelo E.T.

Essa sinopse é apenas o pano de fundo do filme. O enredo central conta a história de como o jovem Joe Lamb (Joel Courtney), irá superar a morte da mãe, aprender a conviver com seu pai, Jackson Lamb (Kyle Chandler), o delegado da cidade, e ainda se apaixonar por Alice Dainard (Elle Fanning). Joe irá liderar seus amigos na maior aventura de suas vidas.

O longa lembra um pouco E.T.: o Extraterrestre (1982, de Spielberg), tanto na construção da história, como na própria fotografia. Desta vez, o E.T. não é muito bonzinho, mas o filme reforça alguns valores como amizade, amor e, principalmente, a mensagem sobre "fazer a coisa certa quando tudo está desmoronando à sua volta".
J.J. Abrams tem um currículo invejável como diretor e produtor. Suas principais experiências são com TV (ele participou em títulos como The Office, Lost, Alias e Fringe), mas tem trabalhos reconhecidos no cinema, principlamente em filmes mais comerciais (Armageddon, Star Trek, Missão Impossível 3). Apesar disso, o nome que chama atenção no cartaz do filme é o do produtor e, efetivamente, parece um filme de Steven Spielberg.

Os efeitos visuais e sonoros são muito bons e Abrams explora bem o suspense em suas cenas. Apesar de ser um filme com crianças, o roteiro tem as anedotas necessárias para a trama, mas não é infantil. No geral, eu achei bom e a obra deixa aquele gostinho de Sessão da Tarde.

19 de agosto de 2011

Estreias: Lanterna Verde; Professora Sem Classe; Onde Está a Felicidade?

Um fim de semana de estreias pouco atraentes. Destaco aqui três dos que devem chamar mais atenção. Eu, particularmente, só fiquei curioso pelo Lanterna Verde, por ser um dos heróis da minha infância.

LANTERNA VERDE (Green Lantern, 2011)

Estivemos na première do filme. Saiba o que esperar, lendo a crítica do Rafael Seibel, neste link.

No filme, uma terrível força pretende destruir o universo. Hal Jordan é recrutado pelos Lanternas Verdes, guardiões da justiça e da paz no universo, para enfrentar a ameaça alienígena.



PROFESSORA SEM CLASSE (Bad Teacher, 2011)


Nessa nova comédia, Cameron Diaz é Elizabeth, uma péssima professora que não se importa com os alunos e só que saber de ganhar dinheiro para colocar prótese de silicone nos seios. Mais uma comédia onde o politicamente incorreto leva uma lição de moral e muda sua vida para sempre.




ONDE ESTÁ A FELICIDADE? (2011)

Por mais que eu ache a Bruna Lombardi linda e talentosa, estou com uma sensação ruim sobre esse filme e vou esperar passar na TV. O trailer me fez pensar que é uma imitação de Comer, Rezar, Amar (com a Julia Roberts) que é um filme deveras chato. Agora, imagine a imitação brasileira de um filme ruim e dirigido pelo medíocre Carlos Riccelli, cujo grande feito foi ter casado com a Bruna Lombardi. Não gosto de fazer julgamentos antes de ver o filme, mas não vou investir tempo e dinheiro indo ao cinema para assistir algo que provavelmente vai me decepcionar, mesmo que a produção pareça ter sido bem realizada.

Na história, Lombardi é Theodora, uma chef de cozinha que vai largar a sua vida monótona e se aventurar pelo caminha de Santiago de Compostela, na Espanha, em busca de amor e felicidade.


Escolha o seu filme e nos conte depois... esses aí eu vou demorar assistir.



LANTERNA VERDE (Green Lantern, 2011)

A convite do Clube do Assinante ZH, estivemos na première de Lanterna Verde. O Rafael Seibel deixou a confortável posição de leitor e amigo do blog, nessa noite, para ser o correspondente do Cinema Sem Frescura. Confira sua crítica: 

O Lanterna Verde, dentro da enxurrada de filmes com super-heróis da Marvel e DC Comics, era, para mim, o de menor expectativa. Um personagem que tem menos carisma, se comparado com os seus “colegas” Batman e Superman, tem sua origem pouco conhecida, o que poderia trazer mais liberdade à trama.

O filme conta que, em um universo tão gigantesco e desconhecido, existem, há séculos, protetores da paz e da justiça, chamados de a Tropa dos Lanternas Verdes. Cada Lanterna Verde usa um anel que lhe garante superpoderes, limitados apenas pela imaginação de seu dono. Quando um novo inimigo, chamado Parallax ameaça destruir o universo e, junto, o planeta Terra, um anel verde repousa nas mãos do seu mais novo recruta, o primeiro humano a ser selecionado para a Tropa: Hal Jordan (Ryan Reynolds). 

Jordan é um piloto de testes, talentoso e arrogante, que precisa rapidamente dominar seus novos poderes e seus medos, se quiser provar que não é apenas a única pessoa capaz de derrotar Parallax, mas também alguém com o potencial para se tornar o maior Lanterna Verde de todos. 

A atuação de Ryan Reynolds como protagonista não traz acréscimos à produção, mas também não a compromete. Blake Lively, que dá vida a Caroll Ferris, a mocinha do filme, tem uma atuação descartável para a trama. Tecnicamente, o filme tem o seu ponto alto nos efeitos visuais e sonoros muito bem aplicados ao contexto do longa. Destaque para o encontro de Hal Jordan com a Tropa dos Lanternas Verdes que, para quem optar por assitir em 3D, é empolgante. 

O filme carece de uma melhor dinâmica. O ritmo é muito lento e, em alguns momentos, até sonolento. Na "reta final" é acelerado, de forma que prejudica a sequência do filme, principalmente na relação de Hal Jordan com a tropa, o que poderia ser muito melhor explorada. 

Segue a linha da grande maioria dos filmes com super-heróis, sem grandes surpresas para quem conhece um pouco das histórias dos quadrinhos, mas um bom entretenimento para os estreantes no universo dos Lanternas Verdes. Uma dica: aguarde o final dos créditos, há uma cena extra encaminhando a sequência.

15 de agosto de 2011

A Árvore da Vida (The Tree of Life, 2011)

Há muito tempo que não via um filme assim, uma obra prima em meio a um turbilhão de filmes medíocres e pouco criativos. Uma obra de Terrence Malick (de Além da Linha Vermelha, 1998) não poderia ser diferente, ele é ousado ao propor tantas questões existenciais e mostrar friamente os sentimentos humanos. Mas faz isso sabiamente, bebendo na fonte de outros gênios como Stanley Kubrick e Sergei Eisenstein, tanto na criação, como na direção e edição.

A sinopse diz que o filme trata da relação entre pai e filho de uma família comum, mas isso é apenas um apelo comercial para a estreia no fim de semana dos dia dos pais. Ele fala, na verdade, sobre a "vida", de maneira filosófica, sem que isso afete crenças religiosas ou crie embate com o ateísmo. A história da família é apenas o pano de fundo. 

Um homem contemporâneo, Jack O'Brien, (Sean Penn, quando adulto e Hunter McCracken, quando jovem), revê sua vida e se dá conta da importância do relacionamento com seus pais e seus irmãos na formação do que ele é atualmente. Sua família é tipícamente americana: brancos, de classe média, nos anos de 1950. Há o pai severo (Brad Pitt), que exige o melhor de seus filhos e deseja que sejam homens honestos e bem sucedidos; a mãe, extremamente carinhosa e sensível (Jessica Chastain), que quer ensinar as coisas simples e belas da vida; e os três filhos. Jack é o mais velho e sempre se vê como o mais cobrado pelo pai. A vida da família é transformada quando o filho do meio morre, aos 19 anos.

Ao analisar sua vida, Jack tenta se conectar com algo "maior e abstrato": - Quando foi que me afastei de você? Se questiona. Assim, inicia-se uma jornada no filme, recuando alguns bilhões de anos, mostrando como a vida se formou até aquele momento - desde o "big bang", passando pela formação da Terra e dos primeiros seres vivos do planeta. Mostra a vida dos dinossauros e sua destruição, dando lugar ao início da jornada do Homem sobre a Terra. É quando Jack vê a união de seus pais, seu nascimento, sua educação, seus sentimentos (quando foi bom e quando foi mau), sua relação com seus irmãos, sua vida atualmente e avança até o fim dos tempos.

Mesmo com Brad Pitt e Sean Penn, o filme pode até não empolgar alguns, em função da narrativa extremamente longa e puramente visual, mas é muito emocionante. As atuações são excelentes. A fotografia e as imagens criadas para simular a criação do universo são lindas obras de arte. A trilha sonora de Alexandre Desplat é extasiante - realmente merecida a Palma de Ouro de Cannes 2011. E tudo fica mais bonito com a forma como algumas mensagens são passadas, como se fossem preces.

Saí do Cinema deslumbrado com o que meu olhos acabavam de registrar, de alma lavada e me sentindo muito bem. Um filme para se ver mais de uma vez, com certeza. Curtam o trailer abaixo, que já é bem emocionante e, mais abaixo, o poster com algumas das fotografias do filme. Não percam!




12 de agosto de 2011

Estreias: A Árvore da Vida, Dylan Dog e as Criaturas da Noite e Super 8

A ÁRVORE DA VIDA (The Tree of Life, 2011)

De Terrence Malick, com Brad Pitt, Sean Penn e Jessica Chastain. O filme fala de um drama universal, a relação entre pai e filho de uma família comum, mas expande a ótica e discute o assunto ao longo dos séculos, desde o Big Bang até o fim dos tempos, em uma fabulosa viagem pela história da vida e seus mistérios, culminando na busca pelo amor altruísta e o perdão. Uma lição sobre a Vida

É uma das estreias mais esperadas do ano e deve ser assistido com real atenção. O trailer já é bem emocionante. Confira nossa crítica aqui.



DYLAN DOG e as Criaturas da Noite (Dylan Dog: Dead of Night, 2010)

De Kevin Munroe, com Brandon Routh, Peter Stormare, Sam Huntington, Taye Diggs e Anita Briem. O filme é baseado nos fumetti (HQ's italianas) de mesmo nome dos anos 80. Cult, o personagem ficou bem conhecido nos últimos 10 anos, principalmente nos Estados Unidos e teve muitas publicações no Brasil.

Dylan Dog, o detetive particular especializado em casos sobrenaturais, chegas às telas com uma aventura, onde caçará um monstro nos pântanos da Louisiana. O filme tem um clima noir e pode ser uma obra bem interessante, se não apelar para a infantilidade, com as últimas adaptações hollywoodianas das HQ's.



SUPER 8 (Super 8, 2011)

Produzido por Steven Spielberg e dirigido por J.J. Abrams, o filme conta com um elenco de jovens e pouco conhecidos atores. O público deve reconhecer mais o trabalho de Kyle Chandler, Elle Fanning e Ron Eldard nessa história que mistura a paixão por fazer filmes com ficção científica.

O filme conta que durante o verão de 1979, um grupo de garotos testemunha um misterioso acidente de trem com um caminhão e registram tudo com a Super-8 que usavam para fazer um filme. Em seguida, percebem que desaparecimentos começam a acontecer em sua cidade e que o Exército tenta encobrir os fatos.

Um filme que conta com as assinaturas de Spielberg e Abrams merece a devida atenção, pois sempre pode ser um sucesso de audiência nos cinemas e após, em DVD e na TV. Confira nossa crítica.





Eaí, qual será a sua escolha?


9 de agosto de 2011

Quero Matar Meu Chefe (Horrible Bosses, 2011)

Filme de Seth Gordon é bom, mas não convence.

Seguindo nossa parceria com o Clube do Assinante ZH, fui à première do Smurfs. Por problemas técnicos (da Sony) a chave de acesso não liberou o filme. Na segunda oportunidade de ver o filme, em outra data, as salas estavam lotadas, mas aproveitei a chance e assisiti Quero Matar meu Chefe, do diretor Seth Gordon (de Surpresas do Amor, 2008).

Quem nunca teve um chefe horrível, um dia terá. A minha fase já passou, me libertei, mas, na época, eu também tinha delírios de assassino. O filme aborda bem algumas questões que ocorrem na maioria das instituições, uma vez ou outra, com algum funcionário: assédio moral e sexual, repressão, preconceitos, abuso de poder, entre outros.

No filme, três amigos dividem, em uma mesa de bar, os seus dramas do trabalho e cogitam como seriam suas vidas se matassem seus chefes. Nick (Jason Bateman) é subordinado do psicótico Dave Harken (Kevin Spacey); Dale (Charlie Day) é auxiliar de dentista, constantemente abusado sexualmente pela chefe, a sensual Dra Julia Harris (Jennifer Aniston); e Kurt (Jason Sudeikis) trabalha para o drogado Bobby Pellitt (Colin Farel).

Eles se aconselham com um ex-presidiário, Mother-Fucker Jones (Jamie Foxx) e resolvem colocar o plano em ação. Os problemas começam quando decidem estudar os hábitos de suas vítimas e acabam fazendo a maior bagunça.
Com participação especial de Donald Sutherland e um bom elenco, os três atores principais tem grande experiência com séries de TV, mas não muita com o "time" de humor do Cinema. As piadas são apelativas e muito repetitivas, ao ponto que, em alguns momentos, o roteiro parece querer copiar o tipo de humor que foi realizado em Se Beber, Não Case. Mais do que isso, o diretor Seth Gordon bebeu na fonte de um humor genial: Bateman, Charlie e Sudeikis se relacionam muito bem na tela, assim como Os Três Patetas, Moe, Larry e Curly (The Three Stooges), e os personagens foram bem criados dentro do clichê: temos o "atrapalhado", o "bonitão" e o "inteligente".
O filme tem bons momentos de humor, mas acaba caindo no "pastelão". O que salva o a obra é a sempre perfeita presença de Kevin Spacy.

Assista, divirta-se e tire suas próprias conclusões... mas eu ainda preferia ter visto o filme do Pelé dos Smurfs.


8 de agosto de 2011

Star Wars e Titanic 3D

Quando o 3D se tornou popular novamente (lembrem-se que o cinema 3D já existe desde a década de 50) todos se perguntaram como seria assistir a Millenium Falcon destruir a Estrela da Morte em 3D? Ou como seria assistir o duelo de Darth Vader e Luke Skywalker em 3D? Ou ver Leonardo DiCaprio gritando que é o rei do mundo no convés do Titanic... Bom, com exceção do último, com certeza eu me enquadro no que foi dito e não interessa quantas desculpas arranjem para reprisar Star Wars no cinema (talvez George Lucas precise de uma mansão feita de diamante puro) eu sempre estarei lá para ver Han Solo e companhia. O fato é que ambas as produções já tem datas de estreia marcadas. Titanic 3D estréia em 6 de Abril de 2012, exatamente 100 anos do ínicio da trágica viagem que levou o transatlântico ao fundo do oceano e para as telas do cinema. Já Star Wars terá todos os seis capítulos relançados (dessa vez na ordem adequada). Star Wars - A Ameaça Fantasma 3D estreia em 10 de Fevereiro de 2012. Muito bem, onde começa a fila e quando sai Gladiador 3D e o O Resgate do Soldado Ryan 3D??!!

Teaser do Novo Filme do Batman

Foi divulgado o primeiro teaser do novo filme do Batman. O novo capitulo da franquia de Cristopher Nolan estreia em 20 de Julho de 2012.

5 de agosto de 2011

Estreias: Os Smurfs; Quero Matar Meu Chefe; Melancolia

Os Smurfs (The Smurfs, 2011)

De Raja Gosnell. Com Hank Azaria  e vozes de Anton Yelchin e  Katy Perry, entre outros. O filme é baseado nos famosos personagens de desenho animado. Desta vez, Papai Smurf e alguns de seus filhos acabam em Nova York na tentativa de fugir do malvado Gargamel. E é na "Big Apple" que eles vão encontrar a maior de suas aventuras.

A grande promessa do fim de semana e um dos mais esperados do ano. Em breve publicaremos nossa crítica.



Quero Matar Meu Chefe (Horrible Bosses, 2011)

De Seth Gordon. Com Jason Bateman, Charlie Day, Jason Sudeikis, Kevin Spacey, Jennifer Aniston, Donald Sutherland, Colin Farrell, Jamie Foxx.

Esta comédia, com um bom elenco, promete. Na história, Nick, Kurt e Dale são três trabalhadores infelizes que acham que a única coisa que faria a monótona rotina mais tolerável seria se livrar permanentemente dos seus chefes... Após uns drinks a mais e o conselho de um ex-presidiário, eles montam um plano infalível




Melancolia (Melancholia, 2011)

Do polêmico diretor Lars von Trier, aquele que foi banido do festival de Cannes, após dizer que compreendia as ações de Hitler. O filme conta com um bom elenco, formado por Kirsten Dunst, Charlotte Gainsbourg, Kiefer Sutherland e John Hurt.

Este drama, com um fundo de ficção científica, mostra Justine e Michael celebrando seu casamento em uma festa suntuosa na casa de sua irmã Claire e cunhado John. Enquanto isso, o planeta, Melancolia, está se aproximando da Terra. O acontecimento abala relações, confiança em si mesmo e o medo de que o Melancolia se choque com a Terra.

Um filme curioso, que talvez exija um olhar mais atento para uma crítica mais profunda.





1 de agosto de 2011

Cinema e Música, o casamento perfeito!

O texto de hoje é mais uma ótima contribuição do Victor Costa. Divirtam-se:

Em pleno século XXI não há forma melhor de casar as duas artes mais populares do mundo – cinema e música – do que através de um musical. E, se feito da forma correta, com a vibração perfeita e o embalo agradável, é certamente um filme que se tornará incansável de se rever. Passando por altos e baixos durante a história do cinema, os musicais sempre acompanharam gerações: contam histórias de amor, de guerra, dramas, fantasias e catapultaram artistas para a fama e a história com uma força sem igual. Aqui você conhecerá um pouco da história dos musicais e exemplos de filmes indispensáveis desta categoria cinematográfica.

cena de Cantando na Chuva
Surgindo dos musicais teatrais, este gênero divide opiniões acerca da sua aparição nos cinemas. Eu sou da parcela de cinéfilos que acredita que os musicais existiam desde o cinema mudo, onde os filmes eram embalados por trilhas-sonoras, que substituíam as vozes dos atores, tendo em vista a falta de tecnologia para editar e mixar o som na época. Porém, existe uma parcela de estudiosos que percebem o surgimento dos musicais no cinema apenas com o advento do áudio, pois só assim ele se consagrou como o gênero onde os atores cantam, dançam e, acreditem, interpretam. Um exemplo disso veio em 1939 com o lindo, único e indiscutivelmente bem feito "O Mágico de Oz", que eternizou a canção "Somewhere Over The Rainbow", cantanda pela pequena Dorothy (Judy Garland).

A chamada "golden age" (era de ouro) dos musicais no cinema foi nas décadas de 50 e 60, onde foram feitos os mais grandiosos e memoráveis filmes do gênero. Ela inicia-se com o filme que é considerado por muitos o melhor musical de todos os tempos, o leve "Cantando na Chuva", com Gene Kelly. A cena mundialmente conhecida do personagem Lockwood dançando e cantando em uma coreografia que faz o casamento perfeito entre a chuva e um guarda-chuva preto, encantou os espectadores e difundiu o gênero. No mesmo embalo foram feitos outros grandes filmes, como "Cinderela em Paris" com Fred Astaire, o sapateador perfeito, e Audrey Hepburn, a atriz perfeita que, em 1964 faria o espetacular "My Fair Lady" que, na minha opinião é o melhor musical de todos os tempos. Outros filmes da época foram "Gigi", "Amor, Sublime Amor",  além de "A Noviça Rebelde" e "Marry Poppins" com Julie Andrews.

cena de Moulin Rouge
Nas décadas de 80 e 90, os musicais entraram em declínio. Não existiram grandes filmes e, os que tentaram, penderam demais para a comédia, o que não necessariamente os tenha estragado, mas já não tinha a mesma magia de antigamente. Contudo, em 2001 é lançado o americano "Moulin Rouge – Amor em Vermelho" que, com a voz marcante e a beleza divinamente esculpida de Nicole Kidman, resgatou o embalo e o entretenimento dos musicais, acrescentando uma coisa nova: tecnologia. Este filme trouxe uma característica típica dos musicais antigos, que é a remodelagem de canções conhecidas de autores consagrados, dando uma nova roupagem e casando-as perfeitamente com o roteiro. Exemplos de canções conhecidas do filme são "Your Song", de Elton John, "I Will Always Love You", eternizada na voz de Whitney Houston, e "Nature Boy", de David Bowie. Tal filme foi o início de uma nova fase dos musicais, que teve seu auge no ano seguinte, com "Chicago", que ganhou o Oscar de melhor filme, coisa que não acontecia com um musical desde 1968. Depois disso apareceram os mais variados, desde singularidades, como "Swenney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet", "Hairspray" e "Mamma Mia", até descaminhos como "High School Musical" e "Burlesque".

Os musicais são fantásticos e a história comprova isso. Hoje em dia o gênero sofre com certo preconceito, principalmente entre os jovens, mas acredito que seja algo que não durará por muito tempo. Vejam musicais, se apaixonem pelo gênero e prestigiem o casamento perfeito da magia do cinema com a sutileza sentimental da música.

Mais Lidos do blog