As frases
"paciência é uma virtude", ou "quem espera sempre alcança",
nunca se encaixaram tão bem quanto para o estúdio Marvel. Diferente de certos
concorrentes, o estúdio preferiu apresentar o seu universo expandido no cinema
de uma forma gradual ao longo desses dez anos, ao ponto de vermos heróis se
cruzarem no mesmo filme passou a ser algo rotineiro e um colírio para os olhos
de qualquer fã que se preze. Porém, Vingadores: Guerra Infinita é o ápice desse
projeto ambicioso, onde vemos praticamente todos os heróis se reunirem para
combater o maior perigo que eles jamais enfrentaram.
Dirigido pelos irmãos
Joe Russo e Anthony Russo (dos últimos filmes do Capitão América), o filme
finalmente apresenta Thanos, alienígena da Lua Titã, cuja ambição é reunir as
seis joias do infinito, para que assim possa dizimar metade do universo e obter
o equilíbrio que ele tanto deseja. Porém, o vilão terá que cometer certos
sacrifícios, dos quais não terão volta e que terá sérias consequências
futuramente. Vendo o genocídio se aproximar, os principais heróis da terra e da
galáxia unem suas forças para tentar deter Thanos e para que ele nunca consiga
obter todas as joias.
Tendo feito um ótimo
trabalho em Capitão América: Soldado Invernal e Guerra Civil, os irmãos Russo
tiveram carta branca para comandar o projeto que todos estavam esperando ao
longo desses anos, mas ninguém imaginou que o filme se tornaria tão épico e
imprevisível. O início já começa arrasador, onde voltamos aonde Thor Ragnarok
havia terminado e mostrando as consequências com a chegada de Thanos a nave de
Asgard. Os minutos iniciais já nos tiram o fôlego e nos dando uma dica do que irá
prosseguir ao longo das mais de duas horas de filme.
O que mais
impressiona é que, finalmente, a Marvel apresentou um vilão que realmente rouba
a cena e essa tarefa acabou no colo do ator Josh Broli (que será visto no
próximo Deadpool). Surgindo rapidamente durante os créditos de Vingadores e
como mero coadjuvante no primeiro filme de Guardiões da Galáxia, Thanos surge
aqui com um objetivo megalomaníaco, mas que, graças a interpretação de Broli,
faz com que compreendemos o seus sentimentos com relação em querer salvar o
universo do seu modo, mesmo que por mais horrível que seja as consequências que
irão surgir para obter tal feito. Embora seja moldado com efeitos visuais,
Thanos é, surpreendentemente, o personagem mais humano, melhor trabalhado ao longo de todo filme e
sendo o verdadeiro protagonista da obra como um todo.
Outro fator surpresa,
o que faz com nos identifiquemos ainda mais com o personagem, é a sua relação
complexa que ele possui com a sua filha adotiva Gamora (Zoe Saldana) da equipe
dos Guardiões Da Galáxia. É nesses momentos que se tornam o maior trunfo do
filme, onde as perseguições e efeitos visuais ficam um pouco de lado e dando
lugar a interpretações comoventes, principalmente de Saldana onde tem um papel
essencial em meio ao grande conflito. E
se alguns heróis acabam se tornando mera decoração devido a tantos eventos e
personagens que surgem ao mesmo tempo, eis que outros, como o Doutor Estranho,
por exemplo, se tornam as peças principais com relação ao futuro de todos.
Divididas em três
subtramas, duas no espaço e uma na terra, o filme é um verdadeiro show de
efeitos visuais de ponta, além de lutas corpo a corpo e batalhas campal de
tirar o fôlego. Vale lembrar que o filme ainda vem no embalo do grande sucesso
que foi Pantera Negra e o cenário de Wakanda não poderia ficar de fora. Adianto
que os momentos mais dramáticos de toda a trama se encontram lá e que irá
culminar no momento mais trágico de todos esses dez anos de Marvel no cinema.
Se muitos reclamaram
da falta de coragem da Marvel em ousar, eis que aqui o estúdio paga para nós e
com juros. Espere por perdas, mortes, tristeza e falta de esperança. É O
Império contra ataca do estúdio e que só veremos a conclusão dessa tragédia
grega ano que vem.
Vingadores - Guerra Infinita
possui todos os ingredientes do sucesso Marvel lançados até aqui e gerando um
épico cinematográfico que dificilmente iremos esquecer.
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