Para quem gosta de histórias reais, sobre transformação pessoal, recomendo que busque assistir o documentário Tyson, de 2008.
Narrado pelo próprio lutador, ex-campeão mundial de boxe, Myke Tyson, o documentário mistura cenas de entrevistas feitas com ele ao longo de sua vida, de suas lutas e o assédio público em sua vida particular. Um filme intimista em que Tyson fala abertamente sobre sua vida: dos crimes durante a infância, o reformatório, a ferocidade que o levou a lutar, o carinho por seu treinador, suas ex-esposas e relacionamentos extraconjugais, sua tatuagem no rosto e sua aposentadoria no esporte. Um documentário de poucos efeitos, cru, sem frescura, muito bem dirigido por James Toback (do clássico “Rei da Paquera”, de 1987).
Quem conhece pouco sobre a vida de Tyson, poderá se surpreender, principalmente em ver um lutador conhecido pela selvageria em suas lutas, falando de maneira calma, muito emocionado e relatando a sua busca constante por ser alguém melhor, alguém de bem; uma busca incessante por reforma íntima. No início do documentário ele começa questionando “quem sou eu?” e, durante a projeção, ele relata linearmente a trajetória de sua vida e encerra contando sobre sua aposentadoria, a falta de amor pelo esporte, o fim da ferocidade que o levou a lutar de maneira tão selvagem a ponto de morder o adversário (Evander Holyfield) e todos os dramas vividos pelo crime e pelo abuso de drogas. Senti falta apenas dele falar sobre suas poesias, seu hobby atual.
Na época de lançamento, poucos cinemas no Brasil abriram as portas. Hoje, é um dos destaques do Netflix e encontramos também dividido em 8 partes (a 4 está perdida) no Youtube (assista abaixo). Indispensável para quem já se interessou pelo boxe como esporte, mas principalmente pela história de alguém ciente dos abusos que cometeu e que ainda assim, insiste em tentar ser melhor para si e para os outros.
Até a próxima!
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