Disponível semanalmente às terças-feiras no Netflix, “Better Call Saul” ainda não encanta e a comparação com “Breaking Bad” é inevitável.
Considerada por alguns como a melhor série televisiva de todos os tempos (inclusive por mim, em termos de produção, direção, roteirização e atuação), Breaking Bad trazia (resumidamente) em seus 62 episódios, a história de Walter White (Bryan Cranston), um professor de química falido que ao descobrir um câncer terminal resolve produzir meta-anfetamina a fim ganhar uma grande fortuna para deixar para sua família através do tráfico de drogas. Ao longo da história ele toma gosto pelo poder e entra em embate para se tornar o líder do tráfico de drogas. No meio do caminho ele acaba precisando do advogado Saul Goodman (Bob Odenkirk) para ajudá-lo com a lavagem de dinheiro. A série tinha momentos de muita ação visceral, muito suspense, dramas profundos e a melhor dose de comédia possível desde o primeiro minuto da primeira temporada.
Em Breaking Bad, Saul Goodman conquistou o público pelo jeito desastrado de resolver as coisas e pelos péssimos comerciais de TV. A produção da série até criou um site como se fosse real. A fama foi tão grande que o criador Vince Gilligan resolveu elaborar um spin-off (uma série derivada da original). A nova série, específica para o personagem Saul Goodman, conta a origem da sua história e a expetativa é que a linha do tempo o leve até o encontro com Walter White. O curioso é que ela promete trazer de volta alguns personagens coadjuvantes da série Breaking Bad, como já fez com o ex-policial Mike Ehrmantraut e o traficante Tuco Salamanca, inclusive de Jesse Pinkman (Aaron Paul).
A série já está programada para, pelo menos, duas temporadas. Alguns críticos americanos, no entanto, apontam que talvez não dure mais do que isso. A série focada em um personagem cômico está muito mais dramática do que sua antecessora. Há pouca ação e pouca comédia. A nova série se propõe a construir uma história, desconstruindo o personagem central. No início do primeiro episódio ele é mostrado no período pós-Breaking Bad e deprimido e em seguida nos é apresentado como Jimmy McGill, um advogado falido tentando construir sua carreira de forma honesta. A curiosidade fica na razão que o leva a mudar de nome. Essa jogada talvez seja sua sina, pois a série anterior já começava com uma cena de ação cômica, prendendo em muito a atenção dos espectadores para o próximo episódio.
Better Call Saul ainda não cativou, mas não se pode subestimar a genialidade de Vince Gilligan. Há sempre a perspectiva de que a série pode estourar de uma cena pra outra e se tornar outro fenômeno. Por enquanto, só saudades da dupla Walter White e Jesse Pinkman.
Até a próxima!
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