8 de setembro de 2014

MAGIA AO LUAR (Magic in the Moonlight, 2014)

Recentemente assisti ao mais novo filme do diretor Woody Allen: Magia ao luar. Na realidade havia lido pouca coisa ou quase nada sobre essa nova produção e, com isso, a sensação de poder assistir algo novo é inevitável. Mas é claro que estamos falando de um diretor que mantém a sua visão autoral e neste ponto sempre nos deparamos com algo familiar. Allen, no entanto, dirige pela primeira vez talentos do cinema recente que tem chamado atenção nos últimos anos como Colin Firth, ainda colhendo frutos pelo seu desempenho que lhe garantiu o Oscar de melhor ator por O Discurso do Rei e Ema Stone, mais conhecida por atuar na nova leva de filmes do Homem Aranha

Embora não seja superior ao seu ultimo filme Blue Jasmine, Magia ao Luar é um filme que agrada bastante, pois embora nos apresente uma história simples, ela, ao mesmo tempo, nos faz pensar sobre questões sobre fé e ciência. Basicamente é sobre as possibilidades de essas duas questões saberem andarem de mãos dadas, independente delas gerarem nas pessoas opiniões diferentes.

Temos aqui, dois protagonistas que representam nos seus limites essas questões: um ilusionista famoso (Colin Firth) completamente cético sobre diversos assuntos (como "vida pós-morte") e que somente aprova o que a ciência diz, desprezando então as emoções de pessoas que acreditam em determinadas coisas, e do outro lado uma médium (Emma Stone, no melhor momento de sua carreira), que leva muita gente a acreditar no mundo espiritual. O encontro dessas duas pessoas é o que faz o filme engrenar, gerando inúmeros momentos divertidos e o nascimento de um possível relacionamento de pessoas com opiniões tão diferentes.
Somente Allen consegue injetar tantos momentos irônicos, cheios de sarcasmo e com maravilhosos diálogos do casal central. Cada um desafiando o outro nas questões do que acredita, mas gradualmente no decorrer do filme, ambos vão se aproximando e descobrindo um mundo novo que até então antes eles desconheciam. Falando de mundo, é de se tirar o chapéu para o cineasta, ao usar a Riviera Francesa como cenário dos anos de 1920, nos apresentando imagens sublimes e sua fotografia apresentada aqui, é desde já é uma das melhores que eu vi desse ano.

Com um final que fez me lembrar do clássico My Fair Lady (com Audrey Hepburn) Magia ao Luar pode não ser um filme que chegue aos mesmos patamares das obras primas anteriores de Wood Allen, mas é um filme que agradará a todos, até mesmo aqueles pouco familiarizados com a filmografia do diretor.


Nenhum comentário:

Mais Lidos do blog