11 de março de 2014

SEM ESCALAS (Non-Stop, 2014)

Um surpreendente clichê. Essa seria a minha frase de impacto para colocar na contra-capa do filme.

Novo filme do diretor Jaume Collet-Serra, com Liam Neeson e Julianne Moore traz o já banalizado tema de um sequestro de avião. No entanto, a composição da trama e a montagem criam uma atmosfera de tensão durante todo o filme.

Na história, Liam Neeson é Bill Marks, um agente federal aéreo, alcoólatra, que embarca para fazer a segurança de um voo de Nova York a Londres. No início do voo, ele recebe um sms anônimo dizendo para depositar 150 milhões de dólares numa determinada conta ou um passageiro irá morrer a cada 20 minutos.

Para tentar não estragar nenhuma surpresa, vou apenas relatar que o surpreendente do filme começa quando o primeiro assassinato é cometido pelo próprio agente Marks a exatos 20 minutos e que a conta bancária está em seu nome. Enquanto ele investiga quem está por trás das ameaças, em terra a notícia que se espalha é de que ele é o sequestrador do avião.

O ascendente diretor Jaume Collet-Serra é especialista em tramas comerciais. É ele quem assina os filmes Desconhecido (2011), A Órfã (2009) e A Casa de Cera (2005). Sob o pano de fundo da segurança em voos, amplamente discutida após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, ele insere diversos eventos clichês, mas consegue despistar até um espectador mais atencioso durante a trama. Sabe quando você olha um filme e pensa "ah! esse aí é o assassino!" ? Então, Collet-Serra cria isso umas 20 vezes durante o filme, tornando todos suspeitos, até o próprio agente Marks, de quem a câmera não tira o foco.
O filme se sustenta sobre isso: confiança. Em quem confiar, quando todos parecem suspeitos? O agente Marks desconfia de todos, até mesmo da tripulação. Por sua vez, os passageiros, sem entender o que está acontecendo, começam a suspeitar de que ele seja mesmo um terrorista.

O ato final do longa-metragem é clichê. A justificativa para o atendado é das mais clássicas em filmes do mesmo estilo. Mas, nem mesmo a abordagem romântica no final do filme, compromete a emoção vivenciada durante toda a exibição, construída fortemente a partir da montagem do filme, mas, sobretudo, pela sempre excelente atuação de Liam Neeson.
Apesar de ser uma coadjuvante importante na trama, a participação de Julianne Moore é quase descartável; uma personagem fraca, se comparada ao potencial da atriz. Vale comentar a atuação de Michelle Dockery, experiente atriz da TV americana, que se destaca nesta obra, ao contrário da pequena e quase insignificante participação da Lupita Nyong'o (vencedora do Oscar 2014 de Melhor Coadjuvante, por 12 Anos de Escravidão) como uma das comissárias.

O filme é tenso. Vale a pena! Confira abaixo o trailer do filme e algumas imagens.


Lupita Nyong'o é Gwen, uma da comissárias a bordo.
Michelle Dockery é Nancy, a comissária-chefe do voo.

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