A saga está reiniciada, em uma trama mais madura e agradável aos fãs mais fervorosos. O Espetacular Homem-Aranha chegou aos cinemas e as comparações com a versão de 2002 são inevitáveis. Nem tudo é tão diferente, mas a abordagem é mais densa e concisa.
A história conta que Peter Parker (Andrew Garfield) foi criado com seu tio Ben (Martin Sheen) e tia May (Sally Field), abandonado pelos pais que fugiram por algum motivo obscuro. Adolescente, Parker é promissor nos estudos e se assemelha muito a seu pai, que era um cientista da genética. Na busca por saber mais sobre porque seus pais desapareceram, entra em contato com Dr. Curt Connors (Rhys Ifans), antigo parceiro de seu pai. Em um acidente inesperado, leva uma picada de uma aranha geneticamente modificada que o transforma em um mutante, com força e agilidade sobre-humana. O mesmo princípio de transmutação genética entre espécies diferentes transforma Dr. Connors no Lagarto, que assombrará New York como se fosse o Godzilla.
"Conhece-te a ti mesmo". A máxima socrática é o tema que conduz todo o enredo do novo Homem-Aranha. Nesta versão, a história do personagem Peter Parker é contada desde a sua infãncia. Na trama, os fatos que o levaram a ser criado com seus tios estão diretamente ligados ao acontecimento que o transforma em um mutante. Além disso, a narrativa deixa evidente o que o motivou a deixar de ser um adolescente genial e genioso para tonar-se um super-herói.
No filme de 2002, em que Tobey Maguire interpretava o herói, o foco era principalmente a questão da responsabilidade. Os poderes que lhe eram dados deveriam ser honrados; portanto, era mais do que dever de Peter Parker buscar fazer justiça. No novo longa metragem, o que motiva o personagem a vestir o capuz ainda é o desejo por vingança, o anseio por descobrir o homem que matou seu tio, mas o sentimento de culpa do primeiro filme é quase ignorado nesta nova versão. O que motiva o novo Peter Parker a se tornar um herói é quando este descobre ter o poder de ajudar outras pessoas. Neste momento, através de um solilóquio, o personagem central compreende que não é mais quem pensava ser; ele torna-se o Homem-Aranha e Peter Parker, sua máscara no cotidiano.
O que torna esta versão do diretor Marc Webb efetivamente melhor que a de 2002 não são os efeitos especiais, mas o roteiro, mais fiel aos quadrinhos. Nesta versão, o Homem-Aranha tem super-força, super-relexos, super-agilidade, a capacidade de escalar paredes, um instinto exacerbado para perigo, mas as teias não saem dele... Como nos quadrinhos originais, ele precisa usar um dispositivo que as lança. Além disso, sua namorada é Gwen Stacy (Emma Stone), filha do Capitão Stacy da polícia de New York, que coloca todo mundo atrás do Homem-Aranha. Nas HQ's, Mary Jane (namorada de Parker no filme de 2002) só se torna sua amada durante a faculdade, após a morte de Gwen, nas mãos do Duende Verde... E aqui já se cria uma expectativa para os fãs: Será que o vilão na sequência será o Duende Verde? Será que a Gwen dos cinemas terá o mesmo destino funesto?
Na minha opinião, o que se sobressai nas comparações são as atuações. Andrew Garfield dá a dramaticidade necessária a um personagem que perde as pessoas que mais ama na vida em tão tenra idade, e ele faz isso com o bom tom de humor que conduziu o personagem ao longo do tempo nos quadrinhos, sem infantilizá-lo, como acabou ocorrendo com Tobey Maguire - um super-herói mimado, egocêntrico.
O filme tem seus altos e baixos. Ótimos efeitos especiais e nada forçado demais. O humor na medida certa, muita ação e um ótimo toque de drama. Mesmo sendo um reboot precoce, os fãs não irão se decepcionar, pelo contrário, irão se motivar e esquecer o fracasso de Spider-Man 3. Que venha a sequência!
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