O texto de hoje é mais uma ótima contribuição do Victor Costa. Divirtam-se:
Em pleno século XXI não há forma melhor de casar as duas artes mais populares do mundo – cinema e música – do que através de um
musical. E, se feito da forma correta, com a vibração perfeita e o embalo agradável, é certamente um filme que se tornará incansável de se rever. Passando por altos e baixos durante a história do cinema, os musicais sempre acompanharam gerações: contam histórias de amor, de guerra, dramas, fantasias e catapultaram artistas para a fama e a história com uma força sem igual. Aqui você conhecerá um pouco da história dos musicais e exemplos de filmes indispensáveis desta categoria cinematográfica.
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cena de Cantando na Chuva |
Surgindo dos musicais teatrais, este gênero divide opiniões acerca da sua aparição nos cinemas. Eu sou da parcela de cinéfilos que acredita que os musicais existiam desde o cinema mudo, onde os filmes eram embalados por trilhas-sonoras, que substituíam as vozes dos atores, tendo em vista a falta de tecnologia para editar e mixar o som na época. Porém, existe uma parcela de estudiosos que percebem o surgimento dos musicais no cinema apenas com o advento do áudio, pois só assim ele se consagrou como o gênero onde os atores cantam, dançam e, acreditem, interpretam. Um exemplo disso veio em 1939 com o lindo, único e indiscutivelmente bem feito "O Mágico de Oz", que eternizou a canção "Somewhere Over The Rainbow", cantanda pela pequena Dorothy (Judy Garland).
A chamada "golden age" (era de ouro) dos musicais no cinema foi nas décadas de 50 e 60, onde foram feitos os mais grandiosos e memoráveis filmes do gênero. Ela inicia-se com o filme que é considerado por muitos o melhor musical de todos os tempos, o leve "Cantando na Chuva", com Gene Kelly. A cena mundialmente conhecida do personagem Lockwood dançando e cantando em uma coreografia que faz o casamento perfeito entre a chuva e um guarda-chuva preto, encantou os espectadores e difundiu o gênero. No mesmo embalo foram feitos outros grandes filmes, como "Cinderela em Paris" com Fred Astaire, o sapateador perfeito, e Audrey Hepburn, a atriz perfeita que, em 1964 faria o espetacular "My Fair Lady" que, na minha opinião é o melhor musical de todos os tempos. Outros filmes da época foram "Gigi", "Amor, Sublime Amor", além de "A Noviça Rebelde" e "Marry Poppins" com Julie Andrews.
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cena de Moulin Rouge |
Nas décadas de 80 e 90, os musicais entraram em declínio. Não existiram grandes filmes e, os que tentaram, penderam demais para a comédia, o que não necessariamente os tenha estragado, mas já não tinha a mesma magia de antigamente. Contudo, em 2001 é lançado o americano "Moulin Rouge – Amor em Vermelho" que, com a voz marcante e a beleza divinamente esculpida de Nicole Kidman, resgatou o embalo e o entretenimento dos musicais, acrescentando uma coisa nova: tecnologia. Este filme trouxe uma característica típica dos musicais antigos, que é a remodelagem de canções conhecidas de autores consagrados, dando uma nova roupagem e casando-as perfeitamente com o roteiro. Exemplos de canções conhecidas do filme são "Your Song", de Elton John, "I Will Always Love You", eternizada na voz de Whitney Houston, e "Nature Boy", de David Bowie. Tal filme foi o início de uma nova fase dos musicais, que teve seu auge no ano seguinte, com "Chicago", que ganhou o Oscar de melhor filme, coisa que não acontecia com um musical desde 1968. Depois disso apareceram os mais variados, desde singularidades, como "Swenney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet", "Hairspray" e "Mamma Mia", até descaminhos como "High School Musical" e "Burlesque".
Os musicais são fantásticos e a história comprova isso. Hoje em dia o gênero sofre com certo preconceito, principalmente entre os jovens, mas acredito que seja algo que não durará por muito tempo. Vejam musicais, se apaixonem pelo gênero e prestigiem o casamento perfeito da magia do cinema com a sutileza sentimental da música.
Um comentário:
Adorei o texto e concordo com ele. Fiquei triste ao ver que estão refilmando Footloose e a nova versão parece ser uma porcaria...
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