A Cine Série Missão
Impossível teve a sua primeira aventura bem sucedida no já longínquo ano de
1996. Porém, mesmo com a direção do cineasta John Woo, Missão Impossível 2 deu
uma patinada e deixando a cine série a deriva. Mas foi a partir da chegada de
J.J Abrams (Lost) ao terceiro filme que a cine série ganhou um novo ar
revigorante e empolgando o cinéfilo em cada nova aventura que veio adiante.
Embora cada filme
funcione até hoje de uma forma independente, é curioso que desde o terceiro
filme sempre foi incrementado personagens e elementos que se interligassem um
com outro. O Capítulo anterior já dava sinais disso, mesmo quando ele se
encerrou de uma forma perfeita, mas deixando pontas soltas e das quais poderiam
ser exploradas nas eventuais sequencias. Eis que esse sexto filme, Impossível -
Efeito Fallout, talvez seja o mais dependente dos filmes anteriores, mas se
tornando um dos melhores filmes da cine série e, talvez, um dos melhores filmes
de ação do ano.
Dirigido novamente
por Christopher McQuarrie, o filme se passa dois anos após a aventura anterior,
onde vemos Ethan Hunt (Tom Cruise) tendo que lidar novamente com o terrorista
Solomon (Sean Harris). Hunt novamente conta com a sua velha equipe, além do
retorno da agente Iisa Faust (Rebecca Ferguson). Porém, Hunt faz alianças
improváveis, como no caso do agente August Walker (Henry Cavill) que é muito
mais do que aparenta ser.
Engraçado que, mesmo
após mais de duas décadas desde o primeiro filme, algumas ideias já bem
manjadas ainda funcionem nessa nova aventura. O início, aliás, parece um
prólogo estendido do que já havia sido visto na primeira aventura e nos pegando
desprevenidos, mas isso graças ao bom desempenho de Tom Cruise em cena. Mesmo
aparentando sinais de velhice, é surpreendente como o ator se arrisca num filme
que lhe exige tanto fisicamente, mas parece que ele não dá sinais de que esteja pensando em desacelerar.
Ação, aliás, é o
carro chefe dessa nova aventura e que, embora sejam muitas, é impressionante
como que cada uma delas são inseridas de acordo com o que a história exige. O
que torna elas ainda mais especiais é o fato do filme possuir o uso quase zero
de efeitos digitais nesses momentos e fazendo com que a gente sinta um grau de
verossimilhança mesmo nas mais absurdas sequências. As cenas de perseguição
vistas em Paris remetem até mesmo o clássico Operação França e sendo elas
qualquer coisa melhor do que já foi visto em filmes como Velozes e Furiosos da
vida.
Porém, são nas cenas
de luta onde o coração do filme mais pulsa. Desde que a Identidade de Bourne
foi lançado, o filme estrelado por Matt Damon serviu de modelo de como as cenas
de luta corpo a corpo devem ser filmadas e aqui, pelo visto, os realizadores
fizeram o dever de casa: a cena de luta dentro do banheiro são sufocantes e
muito empolgantes.
Das caras novas,
Henry Cviil rouba a cena, ao interpretar um agente profissional, mas cuja as
suas reais intenções ficam sendo um mistério a todo momento. E se Rebecca Ferguson novamente rouba a cena toda vez que
aparece, Vanessa Kirby (da série The
Crown) possui uma presença dominante mesmo nos poucos momentos na tela. A ala
feminina, aliás, nos reserva um momento surpresa e que irá se fechar um círculo
de eventos que se iniciou a partir do terceiro filme.
Com um final de tirar o
fôlego, Missão Impossível - Efeito Fallout é um exemplo claro de que a cine
série tão cedo não sairá dos trilhos e essa não precisa ser exatamente uma
missão impossível.
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