17 de abril de 2018

Jogador Nº1



Vivemos atualmente em um mundo cada vez mais conectado nas redes sociais, ao ponto que, as pessoas em sua maioria, andam se esquecendo um pouco de apreciassem mais o mundo real. Porém, eu acredito que existe cada vez mais um numero maior de pessoas que sentem falta de tempos mais simples, onde curtir uma série, filme, gibi, games ou até mesmo um RPG eram os maiores entretenimento de tempos mais dourados. Dirigido pelo mestre Steven Spielberg, Jogador Nº1 reúne então o melhor e o pior desses dois mundos, onde se cria altas doses de diversão, mas não se esquecendo também de altas doses de reflexão.
Baseado na obra de Zak Penn e Ernest Cline, o filme retrata a humanidade do futuro com poucos recursos naturais, onde a maioria vive num jogo virtual chamado OASIS, em que lá se consegue obter e ser qualquer tipo Avatar que bem entender e se esquecendo dos problemas do mundo real. Porém, após o falecimento do criador (Mark Rylance), é revelado que ele havia deixado um desafio para os jogadores e que, caso alguém consiga reunir três chaves especiais, esse jogador irá herdar OASIS por inteiro. Um jovem (Wade Watts, o Ciclope de X-Men: Apocalipse) e seus amigos decidem partir para o desafio, mas terão pela frente uma corporação ambiciosa que não medirá esforços para obter esse mundo virtual.
Por vários anos, Steven Spielberg se dedicou a filmes com teor mais histórico, mesmo não deixando de lado a sua marca autoral na elaboração de seus projetos. Porém, sempre carregou consigo o rotulo de mestre do gênero dos filmes de aventura, ficção e fantasia, ao ponto de se tornar sempre como referencia entre os nerds de plantão. Portanto, não era surpresa que, mais cedo ou mais tarde, ele se renderia novamente aos seus fãs nostálgicos, mas me dá a impressão que, tudo que o cineasta não faz ao longo desses últimos anos, ele faz tudo agora de uma só vez.
Para começar, o universo de OASIS é cheio de inúmeras referencias da cultura pop, que vai desde ao cinema, musica, HQ, RPG e vídeos games. Não se surpreenda se, já nos primeiros minutos de projeção, você for já dar de cara com inúmeras homenagens das obras do cineasta, que vai desde “De Volta para o Futuro” a “Parque dos Dinossauros”, como também até mesmo figuras conhecidas do outro lado do mundo, como no caso de Akira, Godzilla e Gudam. Tudo é então batido num enorme liquidificador e transformando, então, no filme que melhor representa esses tempos de nostalgia em que a música e o cinema, por exemplo, estão nos passando atualmente.
É difícil até mesmo dar mais detalhes sobre a obra sem estragar algumas surpresas. Porém, já adianto que o cineasta foi de uma forma tão longe, que não tem como você não soltar as palavras “não acredito” em alguns momentos surpreendentes do filme. Se você acha que eu estou exagerando, esteja então preparado quando os protagonistas adentrarem em um cenário de um dos clássicos filmes do mestre Stanley Kubrick e tornado a situação em um dos melhores momentos desse ano no cinema.
As cenas de ação podem até ser um tanto que vertiginosas, além de alguns personagens serem um tanto que caricatos. Mas tudo isso é feito de uma forma proposital para nos remeter aos bons e velhos tempos em que tudo era muito mais simples e quando nos sentávamos no chão na sala para assistir a um bom filme numa longínqua sessão da tarde. Jogador Nº1 é um delicioso convite para adentrarmos num futuro um tanto que nebuloso, mas que guarda dentro dele a esperança de sabermos apreciar momentos mais humanos e nostálgicos.    

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