Exterminador do Futuro: Gênesis concentrou seu marketing em um Arnold Schwarzenegger mais velho, que revive seus momentos de glória em um filme que pode parecer ser nada mais do que um salário. Saindo do cinema tive a ideia de que esse filme não passou disso, grandes atores, altos salários e um super marketing.
O filme ignora completamente tudo que veio após James Cameron ter deixado a série, enquadrando-se como uma carta de amor para seus dois filmes ao mesmo tempo e usando-os como ponto de partida para um novo elenco e mitologia completamente refeitos.
O diretor Alan Taylor meticulosamente recria sequências do filme original, a semelhança é estranha, mas nesse momento do filme, Gênesis, começa a se desviar do filme original, adotando o tom dos filmes PG-13 que permeiam todas as grandes produções nos dias de hoje. Em Jurassic World, por exemplo, vemos um tipo semelhante de nostalgia criativa que deu certo no momento em que algumas sequências são colocadas cuidadosamente para construir um sentimento de reverência para o filme original. Em Exterminador do Futuro: Gênesis, de certa forma, isso vai bem até metade do filme; neste momento as reverências aos filmes originais dão uma acalmada e o filme começa a ficar mais genérico e novelesco.
A direção de Taylor é polida e suas cenas de ação junto aos efeitos práticos seguram o filme, principalmente as sequências de guerra que se passam no futuro que, em particular, são fantásticas. Personagens gerados por computador, incluindo o T-1000, ironicamente, acabam sendo um obstáculo, mas de certa forma convencem e não estragam o filme.
A ideia dos roteiristas de mergulhar de volta para o filme original é verdadeiramente muito boa, mas da metade para o final o filme começa a ficar confuso e bagunçar a linha do tempo de um modo insuportável. Os atores estão realmente bons, principalmente o trabalho de criar uma versão de Sarah Connor “Badass” e com uma ação bem mais presente, de uma forma que não vimos Emilia Clarke demonstrar nem em Game of Thrones. O único ator que não convence é o bom e velho Schwarzenegger que tem como melhor atuação a dublagem do seu modelo T-800 de 1984, feito em computação gráfica. No final, apesar de tudo, do esforço da equipe, do marketing, dos grandes atores, o filme se transforma em pessoas correndo em torno de um edifício tentando explodir alguma coisa com o mundo inteiro, supostamente em jogo. Mesmo depois de toda uma conversa sobre destino e explicações ao público sobre a linha do templo complexa que eles mesmos criaram, é quase impossível escapar do clichê de que todos os filmes da franquia Exterminador do Futuro devem acabar exatamente com o destino do mundo em jogo, uma máquina nova e mais moderna como vilão e as mesmas sequências climáticas com personagens fazendo os mesmos sacrifícios.
No final, Exterminador do Futuro: Gênesis mira em efeitos práticos, grandes atores, nostalgia ao relembrar cenas e falas dos filmes clássicos, mas termina com uma linha do tempo confusa, clichês, um roteiro extremamente novelesco, que não acrescenta em nada à franquia original e que erra ao tentar criar algo novo, tornando-se assim, algo desnecessário.
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