Um dos maiores acertos da série de filmes iniciada em Divergente (2014) eram seus ótimos efeitos especiais, mostrando um mundo que usa e abusa da realidade virtual, criando locações imensas, maravilhosas, algumas vezes destruindo tudo e criando situações que inserem diferentes pessoas em variados contextos. Nesta continuação a situação se mantém, com a computação gráfica sendo o grande chamariz do longa. Em Insurgente, Shailene Woodley volta como Tris, a menina que não se encaixa em nenhuma das facções do mundo pós-apocalíptico da série.
Se no primeiro filme a moça precisava evoluir, como quem sai da infância para adolescência, pode-se dizer que neste segundo ela precisa lidar consigo mesma, com quem realmente ela é. O segundo filme da série é quase um grito de aceitação, mostrando Tris tendo de amadurecer e aceitar seu papel na distópica sociedade. Novamente fazendo um paralelo com as fases da vida humana, se o primeiro filme era a passagem da infância para a adolescência, agora ela é uma adolescente rebelde que busca compreender o seu papel no universo que vive.
Do restante dos personagens, é meio complicado se identificar com alguns deles, sendo que cada um deles deve um pouco de personalidade própria. Apenas o Peter de Miles Teller como o salvador da pátria, volta e meia criando situações de conflito com Tris. Tirando isso, é preciso concordar com relação à preocupação em trazer efeitos visuais ainda mais belos do que os do filme anterior, gerou a criação de um longa que conta com alguns dos melhores efeitos de computação gráfica do cinema recente, mas não há nada que justifique o 3D na produção, sendo que ele está ali unicamente para lhe cobrar mais caro o ingresso.
Mesmo com a mudança de diretor, com a entrada de Robert Schwentke no lugar de Neil Burger, Insurgente ainda herdou de Divergente o óbvio do “bem vence o mal”, que se passa em uma sociedade futurista onde existe uma divisão muito rígida e delimitada por grupos com divergências econômicas e de status. Aqueles que possuem mais poder encontram sempre a culpa vindo do mal de outro grupo. Aí é que Tris cresce no filme. Ela precisa encontrar aliados, além de ter que conviver com todas as coisas envolvidas da vida de sua família contra a sedenta líder da Erudição.
Há boas sequências de ação e diálogos, mas o ritmo é um tanto quanto truncado. Vale destacar também a concepção do cenário das facções (ou das cidades) no futuro. Tudo bem elaborado. O ponto alto de Insurgente fica para o final. Tris tem que passar por um teste exigindo de sua Erudição: lealdade, perdão, amor ao próximo para abrir uma caixa que contém a suposta solução por essa Chicago do futuro segregada por diferentes facções. Com um final redondinho e meio que previsível, A Série Divergente: Insurgente, por incrível que pareça, consegue a proeza de criar segundos finais que nos fazem desejar ver, o quanto antes, a conclusão dessa saga literária no cinema.
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