7 de fevereiro de 2014

Ninfomaníaca - Volume 1 (Nymphomaniac, 2013)

A propaganda criada em torno do mais novo filme de Lars Von Trier é digno de nota. Meses atrás, o cineasta era um diretor cultuado pelos cinéfilos, mesmo quando ele lançava polêmicas que arranharam a sua imagem de gênio.

Considerado persona non grata em Cannes depois de declarações bombásticas durante o lançamento do filme Melancolia (2011), Von Trier retorna com esse projeto digno novamente de nota, que vinha sendo divulgado de uma forma maciça de propagandas, tanto pela internet, como TV e revistas de cinema. Mas, para a surpresa de todo mundo, o resultado final foi uma produção de mais de cinco horas de projeção, o que forçou a tomar decisão de lançar o filme em duas partes, sendo que a segunda será lançada no próximo mês de março de 2014. 

Nessas primeiras duas horas de trama, conhecemos Joe (Charlotte Gainsbourg), uma enigmática mulher que é encontrada desmaiada em um beco sujo. É levada para a casa do Seligman (Stellan Skarsgård) para que possa se recuperar. Ela, então, começa a contar a sua história e o que a levou a se tornar uma ninfomaníaca, desde que era criança até os seus vinte e poucos anos (interpretada pela jovem e ótima atriz Stacy Martin).

Através de cinco capítulos, acompanhamos a perda da virgindade, a primeira paixão (?), a descoberta da libido, a relação estranha com o pai (Christian Slater) e o número estrondoso de parceiros sexuais crescendo cada vez mais. Quanto às tão polemicas cenas de sexo, é importante salientar que foi lançado uma versão por aqui com cortes (a estendida será exibida no Festival de Veneza), mas creio que a alteração esteja apenas no tempo de duração desses momentos, que já são suficientemente meio chocantes, muito embora não seja nada fora do comum que já nos acostumamos há ver em muitos outros exemplos e sinceramente passa longe do que é visto num filme pornô. 
Ninfomaníaca, pelo menos nessa primeira parte, conquistou a minha simpatia por saber prender a atenção do começo ao fim (?) e tentar saber do porquê de ela ter se tornado assim. Além disso, a fusão das cenas com conhecimentos culturais que vai da musica clássica para a melhor forma de pescar peixe (ou homem) tornam a sessão ainda mais imperdível. Das cenas do filme, destaco a participação de Uma Thurman como uma desequilibrada esposa de um dos amantes da protagonista. Embora em pouco tempo de cena, Thurman da um verdadeiro show de interpretação, que é algo que não se via dela desde Kill Bill.

Infelizmente, quando a gente está totalmente envolvido com o filme, ele acaba. No entatanto, deixa claro através de cenas nos créditos que o melhor está por vir. Que março chegue logo.


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