22 de junho de 2011

Street Figther - A Lenda de Chun Li (Street Fighter: The Legend of Chun-Li -2009)


Depois que Street Fighter, O Filme (com Van Damme) foi um fiasco total e, mesmo assim, rendeu mais de 100 milhões de dólares em 1994, alguém estava fadado a tentar de novo.


Eu esperava pouca coisa desse filme, é baseado em um video-game, o que nunca é um bom sinal, e filmes sobre torneios de luta tendem a ser bastante rasos. Porém as minhas baixas expectativas me enganaram, o filme não é ruim, é péssimo. Com um orçamento de U$ 50 milhões o filme fez míseros U$ 8 milhões nas bilheterias. O diretor Andrzej Bartkowiak pode definitivamente dar adeus à sua carreira (anteriormente ele havia sido responsável por outra adaptação de jogo fracassada: Doom).

Existem algumas decisões de elenco inacreditáveis aqui, por exemplo, Chun-Li, a personagem principal, é chinesa e Kristin Kreuk, a atriz que a interpreta, canadense. Como o diretor resolve o impasse? Primeiro ele apresenta a personagem com 5 anos de idade, parecendo completamente oriental, depois vemos Chun-Li aos 10 já com traços completamente ocidentais e, adulta, ela é Kristin Kreuk. 

Acreditem em mim quando eu digo que não ligo a mínima para a história oficial de Street Fighter (eu sempre fui mais fã de Mortal Kombat) mas, com certeza, eu ligo bastante para lógica e, nos primeiros minutos de filme, Bartkowiak conseguiu deixar claro que não haveria nenhuma.

A história é ridícula e mal consegue justificar as esperadas sequências de luta que permeiam o filme. As lutas são razoavelmente coreografadas, mas nada que não tenhamos visto (melhor) em outros filmes.

O filme todo é incongruente, há uma tentativa de se ter um tom mais realista do que o já citado filme de 94 (não espere uniformes aqui) mas de repente magia e superpoderes aparecem. Pelo subtítulo parece que a história se focará em Chun-Li, e de fato em alguns momentos somos levados a crer que ela embarcará em uma jornada épica apenas para, nas cenas seguintes, nos perdermos em histórias paralelas e dispensáveis. 
A culpa não é toda do diretor aqui. Ele tem uma considerável (para não dizer enorme) ajuda de Chris Klein.
Ele tem uma interpretação tão horrível e exagerada que eu posso dizer, sem sombra de dúvida, que é a pior atuação de um ator adulto e profissional que eu já vi. Klein tenta desesperadamente fazer o tipo bad boy e acaba por afundar o filme, é tão hipnótico que eu me peguei ansiosamente esperando pela próxima cena dele no filme. 

Michael Clark Duncan e Neal McDonough interpretam Balrog e Bison respectivamente e o que eu posso dizer a respeito deles é que McDonough é a unica coisa decente do filme enquanto Duncan, um ator que já concorreu ao Oscar de melhor ator coadjuvante, deixa qualquer espectador triste ao vê-lo rebaixado a mensageiro do vilão principal.
Obviamente, ainda resta a grande questão de  porque alguém tem o trabalho de fazer um filme sobre Street Fighter sem Ryu, Ken ou mesmo Guile?
Há duas opções em relação a esse filme, ou você não assiste ou esquece que pretende ser um filme de ação e passa a tratá-lo como comédia. A última opção é bem agradável e o filme diverte (involuntariamente) bastante.

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