Jumanji de 1995 não
foi nenhum estouro de grande bilheteria, mas que, de forma gradualmente, foi
conquistando o coração dos jovens daquele tempo, ao ponto de ser até mesmo
considerado uma das melhores aventuras/fantasia dos anos 90. Estrelado por Robin
Williams, Kirsten Dunst e Bonnie Hunt, o filme foi inovador nos efeitos
visuais, principalmente na criação de animais digitais e que até hoje
impressionam. Mais de vinte anos depois do seu lançamento, Jumanji: Bem-Vindo à
Selva, não somente respeita a essência principal da obra original, como também
é uma divertida aventura nostálgica e que nos trás inúmeras referências da
cultura pop dos anos 80 e 90.
Dirigido por Jake
Kasdan (Professora Sem Classe), acompanhamos a história de quatro estudantes: o
nerd, o jogador da escola, a popular e a anti social. Certo dia os quatro vão
parar na detenção e sendo obrigados a ter que limpar o porão da escola. Lá eles
encontram um vídeo game, intitulado Jumanji, do qual eles são sugados para um
jogo que se passa na selva e acabam assumindo os avatares que eles haviam
escolhido antes do jogo começar.
A transição do jogo
de tabuleiro visto no filme original, para um jogo de vídeo game, faz até todo
o sentido, principalmente para que as situações não soem repetitivas para
trama. Aliás, os primeiros minutos do filme faz umas pequenas referências à
cultura pop dos anos 90, dando a entender que, talvez, vejamos futuramente
outros filmes que venham a explorar o que a havia de bom naquela época. Se hoje
há inúmeros filmes que prestam belas homenagens aos anos 80 e criando então
essa nostalgia pela época que anda se alastrando para todos os cantos, não me
surpreenderia então que essa mesma onda aconteceria com relação aos anos 90
também.
Falando dos 80, os
quatro jovens protagonistas são uma referência mais do que clara ao clássico O
Clube dos Cinco e dos quais nos identificamos facilmente. Tendo cada um com
suas personalidades bem distintas, fica até difícil imaginar essa trupe se
darem bem juntos. Contudo, estamos num filme que é tudo fantasia e, portanto
isso é bem possível.
A partir do momento
em que os quatro entram no jogo é então que o filme engrena de vez e nos
brindando com boas cenas de ação e muito bom humor. O atleta vira o baixo e
fraco Kevin Hart, o nerd é ninguém menos que Dwayne Johnson, a anti social vira
a fatal Karen Gillan e a popular vira Jack Black. O fato de seus avatares serem
completamente diferentes do que eles são do mundo real é o que torna então o
filme muito especial.
Se The Rock
surpreende com a sua veia cômica, Jack Black dá um verdadeiro show ao assumir
os trejeitos da menina que se esforça em ser popular dentro e fora da escola.
Aliás, é através dele (ou dela) que o filme faz uma dura crítica com relação ao
vicio dessa geração atual em querer a todo custo em serem pessoas populares
através da internet, nem que para isso fingem ser algo que não são realmente
por dentro. Falando em críticas, a jovem anti social ganha os trejeitos de um
personagem sex, aventureira, mas com roupas curtíssimas e fazendo uma
referência da maneira errônea e sexista da qual criavam as personagens
femininas dos jogos dos anos 90, como o caso de Lara Croft.
Polêmicas a parte, o
filme é muito divertido do começo ao fim, cujas piadas se casam muito bem nos
momentos de correria e de muita ação. Curiosamente, não é um filme que abusa
dos efeitos especiais, mas sim eles são usados somente para melhorar e
corresponder com a proposta principal da trama. O vilão é genérico, mas isso
sendo proposital, sendo que o grande desafio é o próprio jogo do qual os heróis
enfrentam e lutam contra o tempo para manter as suas fases de vida que lhe
restam até a reta final da aventura.
Com uma pequena, mas
importante referência ao personagem de Robin Williams do filme original,
Jumanji: Bem-Vindo à Selva é uma deliciosa aventura para toda a família e que
com certeza irá agradar os fãs de carteirinha do filme original.